Do feminismo às ‘terapias de conversão’

Questionando várias pessoas, facilmente se obtém a resposta de que o feminismo é sinónimo de igualdade. Igualdade de direitos entre mulheres e homens. No entanto, conseguimos alargar um pouco esta definição. A igualdade tem de se verificar não só a todos os géneros, mas também a todas as orientações, expressões e identidades. É neste sentido que o feminismo pode esclarecer o polémico assunto do momento – as ‘terapias de conversão’.

As ‘terapias de conversão’ surgem na tentativa de curar a homossexualidade, como se uma orientação sexual se tratasse de alguma enfermidade ou, como aqueles que defendem essa teoria gostam de dizer, psicopatologia. Também se associou a homossexualidade à palavra ‘trauma’ e fez-se, inclusive, a analogia com a toxicodependência. Já nos mostrámos contra as ‘terapias de conversão’, que nada podem contra uma caraterística identitária, tão nativa quanto a heterossexualidade. Aliás, estas ditas ‘terapias’, que submetem pessoas a testes e tratamentos inimagináveis, podem levar a quadros clínicos graves – depressão, sofrimento, etc.

A história de Adão e Eva, ou seja a religião, só separa as pessoas. Já para não referir que coloca a mulher numa posição inferior, leva ainda a crer que os casais só podem existir enquanto homem e mulher. O que psicólogos como Maria José Vilaça nunca referem é que a homossexualidade, assim como as outras orientações, existem desde a pré-história do Homem, ou seja desde sempre! Depois, a referida psicóloga, ainda faz a comparação da homossexualidade à toxicodependência do ponto de vista em que estes dois casos carecem de aceitação por parte dos progenitores. O que aqui está de errado é que a homossexualidade é uma orientação sexual e a toxicodependência, essa sim, se considera uma doença, já que está sujeita a tratamentos médicos. Tal como se tem referido em vários artigos, a homossexualidade não carece de aceitação ou rejeição, mas sim de respeito.

Este respeito consegue-se com o direito à liberdade de cada um e, acima de tudo, à igualdade cívica e política que deve ser fortalecida na sociedade. Sendo que ser-se feminista e compreender os direitos humanos é essencial para que algo se consiga melhorar relativamente às perspectivas ideológicas da religião, de algumas correntes políticas e, melhor dizendo, de todos aqueles que fazem do preconceito um hábito. Ao fim de contas, “somos todos iguais com as nossas diferenças”.

Mais amor, liberdade e visibilidade 👬

Imagem: Pixabay.

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