75 mil marcharam em Paris contra a igualdade no acesso à PMA

Cerca de 74.000 marcharam hoje em Paris contra a aplicação da lei da bioética que prevê a procriação medicamente assistida (PMA) a casais de lésbicas e mulheres solteiras. Ficou no entanto aquém das 600.000 pessoas previstas pelas associações religiosas que promoveram a manifestação. E também aquém das mais de 300.000 pessoas que em 2013 se juntaram para tentar evitar a aprovação da lei da igualdade no acesso ao casamento por casais de pessoas do mesmo sexo.

Uma das associações, o movimento Manif Pour Tous, fez sentir a sua presença e na voz da sua presidente afirmou que “a criança ficará, para sempre, privada do seu pai. Não percebemos esta vontade obstinada de ter filhos órfãos de pai“. Vários manifestantes, muitos deles jovens, voltaram a defender que “A família é um pai e uma mãe, não é duas mulheres, dois homens ou uma mulher sozinha. E vai ser assim para sempre“.

Associações LGBT a favor da lei que deverá ser aprovada até ao ano que vem no parlamento francês fizeram-se sentir numa contra-manifestação, opondo-se assim a esta perspectiva enviesada do que é uma família. Nem o que é considerada a “família tradicional” alguma vez foi o único modelo familiar aceitável nem existem quaisquer dados que indiquem que uma família homoparental tenha efeito nocivo na criança.

Pelo contrário, todos os estudos feitos até hoje indicam que não existe qualquer diferença entre as crianças filhas de pais heterossexuais ou homossexuais. Já é altura de deixar obscurantismo, muita vezes motivado por crenças religiosas, e perceber que a única coisa que interessa para a educação de uma criança é amor.

Fonte: Diário de Notícias


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