Nos últimos dias tenho assistido a várias discussões sobre a comunidade gay, entre outras, apanhei pessoas que colocam em questão o apoio de pessoas fora da própria comunidade.
Não consigo entender o argumento de pessoas que sentem que receber defesa de outrem, que não nós, possa ser um problema, possa ser menos essencial que a luta que nós próprios travamos, até porque as pessoas que apoiam os direitos LGBT geralmente estão informadas dos problemas que a comunidade tem, mesmo que elas não os sintam directamente na sua vida. O apoio e a opinião destas pessoas é tão válido e deve ser ouvido e respeitado como a que tem origem dentro da comunidade. Se o apoio for genuíno, se não houver nenhum tipo de exploração do assunto, se o único ganho que as pessoas que apoiam os direitos dos gays for na sua consciência, não há distinção porque, e repito-me, a luta é una, os direitos são universais.
Por isto tudo, se houver alguém, anónimo ou figura pública, fora da comunidade que quer efectivamente apoiar a nossa causa, quer entrar na discussão, seria intelectualmente pobre reduzir o seu contributo a uma opinião de fora, menos válida e de segundo plano.
Há que abraçar aqueles que nos desejam bem e são genuínos no seu apoio. E, adivinhem, tanto nos fica como calha bem.