No outro dia, numa daquelas discussões saudáveis em que, sem darmos conta, dizemos o que não queremos, alguém me disse que algumas fotografias colocadas neste blogue estavam a excluir parte do público possível de ser alcançado pelo mesmo.
Conhecendo a pessoa e já tendo discutido sobre inúmeros temas com ela sei que não era exactamente aquilo que queria dizer (e isto foi inclusive admitido no final), mas esta reação fez-me pensar que se calhar não era algo infundado. Se é verdade que julgo ter exagerado no número de fotografias que aqui coloquei de inicio (causado por um projecto à procura de um modo de ser e escrever, em eterno ajuste), a verdade é que abandonei entretanto essa ideia de colocar algumas fotografias de afectos sem qualquer texto. Achei melhor decisão focar-me nos artigos aqui no blogue e deixar essas imagens para o Twitter ou para o Tumblr.
Essa decisão foi tomada apenas com base no foco de cada rede social, foco este que difere um pouco entre elas. No entanto, e dado que não coloquei em parte alguma fotografias pornográficas, não creio que haja uma exclusão de qualquer público que queira ler sobre os problemas e a luta de pessoas com uma perspectiva gay. E isso, repito-me agora e as vezes que forem precisas, é um interesse universal e não de um nicho. É nisso que acredito. Se há pessoas que têm problemas em ver fotografias de afectos o problema não é meu mas sim, como disse alguém na semana passada, problemas delas.
Os afectos não devem provocar a mesma reação que, por exemplo, uma imagem de violência, de abuso, de ódio. São sentimentos que todos nós temos, uns espelham-se de uma forma, outros de outra, mas o sentimento é o mesmo.
Por isso não há nada de ofensivo em ver afectos entre dois homens ou duas mulheres ou um homem e uma mulher, ofensivo é tornar um gesto de carinho e amor em algo odiável.
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