Sobre A Adopção E O Superior Interesse Da Criança

A adopção por parte de casais homossexuais é ainda um dos temas mais quentes do panorama político nacional. Presentemente a Lei Portuguesa não permite que casais do mesmo sexo adoptem crianças e então começam os problemas e as dificuldades para quem quer adoptar, proteger e amar um filho. A adopção por pessoas homossexuais não está vedada e, como tal, muitos dos que desejam receber uma criança e começar uma família, adoptam a nível individual. Se este pai ou esta mãe tiverem um parceiro (ou esposo, esposa) este não poderá adoptar a criança tal como acontece com um casal heterossexual. Ou seja, o Estado está neste momento a criar famílias de segunda, desprotegidas pela lei, onde apenas a boa-fé, o amor e o compromisso com uma terceira pessoa que já fará parte da família a seguram e sustentam.

Não há qualquer razão para que um casal do mesmo sexo não possa submeter-se ao processo de adopção de uma criança como os outros casais heterossexuais, sendo submetido a questionários e investigações justas e relevantes.

Muitos dos que se opõem a este tema lançam argumentos sobre o superior interesse das crianças (como se este não fosse igualmente do interesse dos pais que as querem adoptar); sobre o perigo da pedofilia (como se esse perigo não existisse nos casais heterossexuais e é para evitar isso que as pessoas são escrutinadas no processo); sobre a pressão que as crianças irão sofrer por terem dois pais ou duas mães (como se não fossem estes argumentos a razão dessa mesma pressão).

Outro dos argumentos que estas pessoas gostam de usar é o de que é necessário haver mais estudos quando à influência da criança adoptada por casais gays. No entanto, elas ignoram os estudos e relatórios feitos por especialistas, psicólogos, psiquiatras, que existem há várias décadas e que apontam para a irrelevância da sexualidade do casal no desenvolvimento das crianças. Quando são confrontados com estes estudos dizem que não há unanimidade e sugerem a influência do alegado lobby gay.

As crianças merecem ser protegidas deste tipo de homofobia, deste tipo de ‘bullying’,  merecem ter a oportunidade de serem amadas por quem lhes deseja bem e, para tal, merecem que tudo isto seja protegido na lei de forma a deixar bem claro que o amor, afinal de contas, é uno.