António Variações Despediu-Se (Mas Ainda Por Cá Anda)

António Variações, Ribeiro à nascença, partiu em 1984 numa manhã de Santo António. Com apenas dois álbuns editados em vida, António tornou-se num dos artistas mais revolucionários e com maior influência na canção pop moderna em Portugal.

Assumiu relação homossexual numa altura em que o país ainda tratava o tema com vergonha e preconceito, brincou com as palavras como poucos o conseguiram, o visual era ponte determinante para a apresentação da sua obra e o público, esse, rendeu-se, na altura já com António gravemente doente; mas também no presente e futuro, sendo hoje este considerado um dos mais brilhantes artistas portugueses do século passado com a sua influência a espalhar-se por inúmeros outros artistas e bandas.

Vinte anos após a sua morte surgiu o projecto Humanos onde um grupo de músicos (Camané, David Fonseca, Manuela AzevedoHélder Gonçalves, Nuno Rafael, João Cardoso e Sérgio Nascimento) reinventou muitas das músicas de António, algumas inéditas até então. O sucesso estrondoso dos Humanos cimentou a imagem tão fulgurante como genial que um tímido Ribeiro conseguiu erguer num país pequeno e pouco habituado à diferença. Mas é a música que o mantém e o faz chegar aos dias de hoje como um símbolo incontornável da cultura nacional.

Também recentemente António foi homenageado na série da RTP Odisseia (de Bruno Nogueira, Gonçalo Waddington e Tiago Guedes) reaproveitando a versão da canção [a minha preferida dele] Adeus Que Me Vou Embora dos Humanos, Camané canta assim:

Não deixem, nunca, de o (re)descobrir: Spotify Link.

Por Pedro Carreira

Ativista pelos Direitos Humanos na ILGA Portugal e na esQrever. Opinião expressa a título individual. Instagram/Twitter/TikTok/Mastodon/Bluesky: @pedrojdoc

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