Sobre As Questões Fundamentais De Um País

Saiu esta semana a notícia que o PSD não estaria interessado em criar um Dia Nacional Contra A Homofobia. Duarte Marques, deputado e ex-líder da JSD, acrescenta: Acho disparatado o timing desta proposta, (…) diz bem sobre as prioridades do PS. Só um louco é que pode achar que este tema é uma prioridade. Quando se está a discutir o Orçamento, a prioridade de António Costa é criar um dia contra a homofobia? (…) É sinal que de que o PS acha que já não há problemas na Educação, na Justiça, com a pobreza ou os mais desfavorecidos.

Este tipo de argumentos são extremamente perigosos e manipulativos, porque tentam refutar uma proposta fazendo a alusão a algo que será, supostamente, de maior valor para quem ouve. Aliás, com esta retórica quase que dão a entender que todos nós não nos preocupamos suficientemente com a Educação ou a Justiça (!), que tudo isto são questões menores, são problemas de quem não tem mais nada para se queixar.

É este tipo de raciocínio que fica implícito nas palavras o que, para além de ser ofensivo, é não compreender que as referidas Educação e Justiça, em democracia, não poderão nunca viver separadas da questão da luta contra a homofobia.

Ainda esta semana discuti o mesmíssimo (falso) argumento das prioridades em relação ao tema dos piropos que as mulheres, desde rapariguinhas, sofrem. O que as pessoas como o Duarte Marques não percebem, ou não querem perceber, é que por vezes são os alegados assuntos menores que promovem a evolução de um País e da sua sociedade. E não argumentos pequeninos vindos de gente pequenina.