Dia Mundial Contra A SIDA: A Luta Contra A Doença E A Discriminação

Comemora-se hoje o Dia Mundial Contra A SIDA, 96 anos após o primeiro contágio humano e, especialmente após a disseminação à escala global no início da década de 1980, a doença continua a provocar o sofrimento, a discriminação e a morte daqueles que estão com ela infectados.

Abaixo ficam os dados da ILGA Portugal complementados pelas infografias do Jornal Público:

Captura de Ecrã (20)

Portugal é terceiro país da União Europeia com maior taxa de casos de SIDA, quer em termos de prevalência, quer em termos de incidência. Quase três casos por dia de infeção por VIH/SIDA foram diagnosticados no ano passado em Portugal, num total de 1089 situações. [nota: há uma disparidade de quatro casos na infografia abaixo]

Captura de Ecrã (16)

Dados provisórios divulgados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge alertam para a elevada percentagem de infeções em pessoas heterossexuais de meia-idade, mas também para o aumento de novos diagnósticos de infeção por VIH em jovens do sexo masculino que tiveram relações sexuais com outros homens. Aliás, metade dos casos diagnosticados em homens que têm sexo com homens tinha uma idade de 32 anos ou menos na data do diagnóstico.

Estes dados alertam para a especial vulnerabilidade de jovens gays ou bissexuais, sendo que a própria experiência da discriminação em função da orientação sexual continua a limitar a força da sua construção identitária e a ser um obstáculo a uma eficaz educação para a saúde. Lutar contra a discriminação é, por isso, também lutar pelo efetivo direito à saúde para todas as pessoas.

Captura de Ecrã (15)

O Núcleo de Estudos da Infeção ao VIH da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna alertou na passada semana para o problema dos diagnósticos tardios: mais de 60 dos diagnósticos são realizados tardiamente, o que põe em causa a eficácia dos tratamentos, o bem-estar de doentes, a sua qualidade de vida e a própria incidência da infeção.

Existem hoje várias terapêuticas que permitem às pessoas seropositivas viverem com uma qualidade e esperança média de vida mais próxima das pessoas seronegativas. Porém, para uma terapêutica bem sucedida é necessário que conheçamos a nossa serologia VIH e a única forma de sabê-lo é fazendo o rastreio. Só um diagnóstico numa fase inicial do contágio permitirá principiar o tratamento quando este é mais eficaz.

Uma infeção por VIH não é uma sentença de morte, mas um diagnóstico tardio traz riscos significativos. Hoje, deixamos por isso o apelo: façam o teste. E protejam-se.

Ficam os dados e os apelos. E, quanto à discriminação, não se esqueçam que as pessoas infectadas não deixam de ser isso, pessoas.

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