Encontra algo real, diz-nos a tagline da série Looking, da HBO. E é esta a essência das histórias, unidas por três amigos em São Francisco, que conta e que regressa já no dia onze de Janeiro para a segunda temporada.
Após uma primeira temporada a tentar encontrar o seu próprio ritmo numa duração de trinta minutos, entre os vinte da comédia e os quarenta do drama, a série pareceu finalmente conseguir equilibrar o seu tempo nos últimos episódios. E, apesar de alguns episódios menos conseguidos, quando acertou foi brilhante e conseguimos então encontrar no ecrã a dita realidade que a tagline promete.
Baseada na curta-metragem Lorimer de Michael Lannan – onde o actor principal tem também um papel central em Looking – este é igualmente argumentista e produtor da série da HBO, acompanhado por Andrew Haigh, o realizador que nos trouxe o aclamado Weekend, filme que claramente inspirou o estilo da série, com o seu olhar agitado, quase amador no jeito, mas com foco nas personagens e nos pormenores menos óbvios da sua beleza, independentemente da sua origem.
Dom, Patrick e Agustín, acima os três amigos que, apesar de viverem a sua vida em diferentes estilos e ritmos, lidam com os seus problemas de forma humana, errando, voltando atrás, arrependendo-se as vezes que forem necessárias até encontrarem o seu momento, a sua felicidade.
Liderada por Jonathan Groff (sim, o Kristoff do Frozen), longe vão os tempos em que as personagens LGBT possuíam uma única perspectiva nas séries de televisão, sendo quase bonecos, figuras desumanas, transfiguradas de qualquer valor humano com que o público se pudesse rever. E se os clichés continuam a existir, nesta série são assumidos, eles são conscientes dos seus próprios lugares-comuns e, pensando bem, quem não os tem?
É já no próximo dia onze que Looking retoma o seu crescente contributo para a inclusão de pessoas LGBT no panorama mainstream da cultura popular ocidental, esperemos que o ritmo continue certeiro e que o seu sucesso ajude a deixar claro que, acima de tudo, somos pessoas.
E este é o trailer:
Continuo a preferir Queer as Folk America, série que não passou no nosso país mas que pude ver em canais estrangeiros via satélite.
Essa é também uma série marcante da temática LGBT 🙂
Magnífica!