É-Se Livre No Interior?

Um dos actos de maior libertação que uma pessoa LGBT pode ter na sua vida é o momento em que se assume, é o chamado coming out ou de saída do armário se preferirem o termo português. Existe, de certa forma e mesmo vinda de outros LGBT, uma pressão para que as pessoas o façam o mais rapidamente possível.

Não é a primeira vez que tratamos o tema aqui no blog e é bem sabido que, antes de qualquer impulso temporal, deve existir a segurança de quem se assume à família e aos que o rodeiam. De nada vale seguir cegamente um princípio se no final do processo arriscamos ser violentados, postos fora de casa ou humilhados, há histórias para tudo. Por isso a segurança, principalmente para os mais novos, deverá ser a prioridade máxima e será essencial um equacionamento se o acto de nos assumirmos pode ser naquele momento prejudicial ou não.

Dito isto, e como é óbvio, acredito que o percurso normal de uma pessoal LGBT é, mais cedo ou mais tarde, assumir-se, sendo que o critério será sempre pessoal. Mas o que dizer de pessoas que vivem em locais afastados dos grandes centros urbanos? De pessoas que, para além das lutas que qualquer pessoa LGBT trava, têm que lidar com um meio normalmente mais fechado, mais pequeno e mais preconceituoso?

São respostas a estas questões que a norte-americana Human Rights Campaign tenta responder na campanha One America. Poderá não haver uma resposta universal a todos os problemas que um meio pequeno oferece – por oposição a um meio citadino mais anónimo, mais invisível – mas a educação de toda a sociedade e a proximidade e o contacto entre as pessoas, independentemente da sua sexualidade (ou género, ou raça, ou religião, etc) parecem ser as mais óbvias. Há que dar o exemplo, vejam o vídeo:

Nota: Obrigado ao Nuno pela partilha do projecto 🙂

4 comentários

  1. é jente !! lindo essa coisa de sair do armario, mas onde moro tem isso nao !! moro no interior e a coisa é triste, muitos religiosos fanaticos por todo lado, se saio do armario capaz de ser assassinado numa rua escura e deserta como é toda a cidade, pena, sinto tanta necessidade de me expressar, tenho que medir cada palavra, cada gesto, nao sei porque tive essa ma sorte meu deus, tem dias que so choro, vejo tantos homossexuais livres em cidedes grandes, sinto tanto inveja

    1. É para dar voz a todos nós, para levantar estas questões e denunciar estas situações que aqui estamos. Esperamos conseguir, aos poucos, ajudar a mudar mentalidades e a educar a população por inteiro. É continuar trabalho, obrigado pelas palavras.

  2. Numa ocasião tinha compromissos no interior do Estado vizinho ao meu (os espanhóis chamam de Provincia). Na rodoviária, comecei a conversar com um nativo da cidade do interior e, como a viagem pegava toda a madrugada, próximo de nós, tinha um casal “hetero” e, presumo por serem jovens, quando a luz ficou bem reduzida, o namorado abaixou o banco “dela” e disse ao passageiro que estava comigo, “agora é nós” e tive meu banco reclinado, também e, fiquei feliz por nos considerarem casal! Tive que as vezes desacelerar as caricias dele, porque parece que o perineo alisado, mesmo que por cima da calça, relaxa mais que direto na prostata! No quarto dele, casa dos pais, agricultores, percebi ai ele um pouco afoito e me disse que sempre desejou ter aquele momento casal! Depois que fui aos compromissos na cidade e, o pai dele deduziu que eu voltaria para minha cidade, com a humildade inata, perguntou se podia ficar mais uma semana e disse que percebia o filho feliz! Maroto disse que claro entenderia se o filho “estivesse exigindo de mim” e balbuciou “anus”! Fiquei ai um pouco sem jeito de comentar, mas pensei entre homens e respondi que sabia controlar o relaxamento e fiquei mais uma semana!

  3. Leia-se: (…) “exigindo de você” (…). Adendo: Na semana a mais que fiquei, sensação maravilhosa, me sentindo como “principe”, pela atenção que o casal continuou proporcionando durante o dia!

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