“Vicious” Ou A Idade Da Inocência

2013 trouxe ao horário nobre da televisão britânica uma série em que os dois protagonistas principais são um casal que está junto há quarenta e nove anos. São eles Stuart e Freddie (protagonizados pelos excelentes Derek Jacobi e Ian McKellen, respectivamente). Vicious é o seu nome.

No formato de sitcom de comédia ligeira, a série, trazida por um dos criadores da revolucionária Will & Grace ou, noutro formato, Family Guy, consegue arrancar risos a quem a vê mas também consegue criar uma ligação forte aos seus protagonistas que fazem um trabalho notável, apoiados por um grupo de papeis secundários igualmente valiosos (menção honrosa à minha favorita Violet (Frances De La Tour).

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A história é simples, um casal de longa data e de língua afiada lida com o recém chegado, jovem e simpático  Ash (Iwan Rheon – sim, esse do Game Of Thrones) ao prédio onde vivem e, para além do choque de gerações, lidam também todos com os amigos peculiares do casal. E não esquecer também Balthazar, o cão de vinte anos que se agarra à vida por um fio.

Apesar do tom leve e bem-disposto da série, esta não deixa de aprofundar temas mais esquecidos como a velhice e o preconceito em relação a estas pessoas (e em particular às LGBT), a mãe de Stuart, por exemplo, não sabe que o filho e o Freddie são um casal, arranjando eles inúmeras desculpas para a existência do último na vida do filho. São temas raros em pleno horário nobre, ainda por cima com os protagonistas principais a serem obviamente o foco da série que dá, assim, um contributo enorme a pessoas que são constantemente esquecidas, abandonadas e negadas a qualquer tipo de romantismo, independentemente da sua orientação sexual. São estes temas abordados no documentário Before You Know It já por aqui tratado.

Mais simples que as palavras escritas, só o trailer da primeira temporada (a segunda já está no ar até Julho, não percam!):

(e porque o Natal é quando um homem quiser…)

Nota: Obrigado ao Pedro e ao Miguel pela dica 🙂

2 comentários

  1. Tudo isto em sinal aberto. Mesmo no nosso país, quem puder ter uma parabólica de diâmetro generoso orientada para o Eurobird, recebe a TDT inglesa a custo zero, com programação de luxo. Já por cá, pagamos por repetições e um HD repleto de quadradinhos :/

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