Quem É Teresa Morais Para Ser Ministra Da Cultura, Igualdade E Cidadania?

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Bem sei que este poderá ser (ou não) um dos Governos mais curtos da história democrática em Portugal, mas a nomeação de Teresa Morais a Ministra da Cultura, Igualdade e Cidadania é altamente duvidosa. Pior, é um insulto a um ministério que pretende defender a igualdade dos cidadãos portugueses.

Fora todas as manobras de bastidores que deram nascimento a este ministério, vale a pena recordar o que disse a então deputada pelo PSD Teresa Morais aquando da aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo na Assembleia da República em 2010:

Não queremos ver alterado o núcleo essencial do casamento, que é o de uma união entre um homem e uma mulher.

É, portanto, um embuste a nomeação de uma pessoa que achou a proposta de casamento entre pessoas do mesmo sexo  inconstitucional para liderar um ministério que procura desenvolver e proteger a cultura, a igualdade e a cidadania de um País. Simplesmente vergonhoso.

Atualização:

Não deixa de ser curioso que Teresa Morais tenha estado no centro da discussão da igualdade da população portuguesa, nomeadamente no já mencionado casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas também da lei da identidade de género.

Achamos importante que esteja consagrada a irreversibilidade deste processo [de mudança de sexo] e a circunstância de essas pessoas não estarem já em condições de procriar”. Esta postura do PSD chegou ser apontada como um caso de “esterilização forçada”, escreve o Dezanove. Teresa Morais recusou essa ideia, explicando que não se pode permitir que “uma mulher que queira ser homem [transexual F-M] não assuma esse sexo por inteiro.”

Vale a pena ver as respostas dadas pela nova ministra aos pedidos de esclarecimentos por parte do Bloco de Esquerda, Partido Socialista e Partido Ecologista “Os Verdes” às suas declarações:

Fontes: G1 e Dezanove.

Nota: Artigo inspirado pelo tweet do Manel Mateus e actualizado com a ajuda do Filipe 🙂

19 comentários

  1. É muito triste quando os políticos elegem seu jogo mesquinho como norte de suas ações. Ao fazê-lo, tornam-se os carrascos da democracia e da liberdade, de que deveriam ser os servos mais atentos…

  2. Parece um site de bloquistas… Tudo vos incomoda. Venham mas é atrizes para o governo e idosas reformadas que nem sabiam o que era o parlamento.

  3. Já agora podiam ter também chegado ao ponto de explicarem que foi Secretária de Estado da Igualdade durante os últimos 4 anos, durante os quais o Estado fez pela primeira vez duas campanhas publicitárias anti-discriminação face à orientação sexual; o Estado impôs um Plano Nacional de Igualdade que foi muito mais longe do que qualquer anterior a transversalizar as questões da OS; e a sua postura tem sido praticamente irrepreensível no que se refere à defesa das questões de género e de violência doméstica – incluindo em casais do mesmo sexo. Não apaga o passado mas explica o cargo.

    1. Essas campanhas já foram por nós divulgadas, mas – e como bem disse – é difícil contornar estas declarações ainda tão presentes de Teresa Morais. É este o ponto do artigo.

      Obrigado pelo seu comentário.

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