11 Mulheres Para A História

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Na História mundial as mulheres são, muitas vezes, menosprezadas em relação aos homens e os seus feitos secundarizados. Entra assim um ciclo de esquecimento e desvalorização das mulheres que, com a sua força e empenho, ajudaram a criar um mundo melhor, para todos – e todas – nós.

Não é difícil de entender que a génese dos direitos das mulheres e das pessoas LGBT é partilhada e passa pela misoginia embebida na sociedade. Daí a nossa luta ser una e ser vivida lado-a-lado. Com isto não significa que também na população LGBT não exista machismo, longe disso, mas esse será um tema para outro artigo. Hoje dedicamos este espaço a onze mulheres LGBT que, de alguma forma, mudaram o nosso mundo. Conheçam-nas:

  • Safo (imagem acima)

Nascida na ilha grega de Lesbos (sim, essa mesmo) por volta de 615 A.C., esta poetisa escreveu sobre seu desejo por mulheres. Safo concebeu uma escola para raparigas, onde leccionou poesia, dança e música. O nome e lugar de seu nascimento tornaram-se sinónimos de mulheres apaixonadas por mulheres.

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  • Rainha Cristina da Suécia

Nascida em Estocolmo, Cristina foi Rainha da Suécia de 1632 até à sua abdicação em 1654, aquando da sua conversão ao catolicismo (é ainda hoje uma das poucas mulheres enterradas no Vaticano). Cristina era considerada estranha para o seu tempo por preferir vestir-se com roupas masculinas e também por ter alguns traços masculinos. Segundo alguns testemunhos históricos referentes ao seu aspecto físico, alguns investigadores acreditam que ela era um indivíduo intersexual. Cristina sentava-se, falava, caminhava e mexia-se de uma forma que os seus contemporâneos consideravam masculina. Preferia a companhia dos homens, a não ser que as mulheres fossem bonitas e, sendo esse o caso, cortejava-as. Da mesma forma também gostava da companhia de mulheres cultas. Foi interpretada por Greta Garbo no filme de 1933 “Rainha Cristina“.

JAMC_0000_0005_1437 Title: Copy of portrait of Jane Addams Description: Portrait of Jane Addams, co-founder of Hull-House, at age 35. Date: 1895

  •  Jane Addams

Sendo uma das líderes pioneiras do movimento pelo sufrágio feminino, fundou – com a sua primeira companheira Ellen Starr – a Hull House (uma casa de abrigo e atividades sociais) em Chicago, em 1889, e a Liga Internacional de Mulheres pela Paz e pela Liberdade, em 1915. Ganhou ainda ganhou o Prémio Nobel da Paz, em 1931.

Best-selling author Rita Mae Brown, pictured here in 1993, is know for her "Sister" Jane and Mrs. Murphy mystery series.

  • Rita Mae Brown

Escreveu um dos livros com temas lésbicos mais importante na história: Rubyfruit Jungle, publicada em 1973. A activista, autora na lista dos mais vendidos do New York Times e ícone feminista – que diz ter sido expulsa da Organização Nacional para as Mulhereslutou para conseguir que o movimento feminista aceitasse as lésbicas.

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  • Gladys Bentley

Afirmava ter casado com uma mulher branca durante o período do renascimento do Harlem, onde se impôs como uma figura proeminente. Além de seu talento e sucesso musical, Gladys Bentley é ainda hoje uma figura importante e inspiradora para a comunidade LGBT, em especial para os negros americanos. Ela também foi revolucionária com a sua masculinidade, diferente do imitador masculino tradicional, ou drag king, Gladys Bentley não tentava “passar” por homem, nem tentava enganar o seu público a acreditar que era do sexo masculino. Em vez disso, ela exerceu uma ‘masculinidade negra’ que levava aos limites as distinções entre negro e branco e masculino e feminino.

Particular Voices Barbara Gittings and Kay Tobin Lahusen, 1991 lgbt couple casal

  • Barbara Gittings

Aclamada por ser uma das activistas mais destemidas da comunidade lésbica e a que serviu por mais tempo, Gittings fundou uma sede do The Daughters of Bilitis em Nova Iorque, marchou frente à Casa Branca nos anos 1960s e dava orientação às pessoas LGBT que sofriam discriminação pelo governo. (Em cima, à direita, com a sua companheira ao longo de 46 anos Kay Tobin Lahusen).

NEW SMYRNA BEACH, FL - 1983: Caribbean-American writer, poet and activist Audre Lorde lectures students at the Atlantic Center for the Arts in New Smyrna Beach, Florida. Lorde was a Master Artist in Residence at the Central Florida arts center in 1983. (Photo by Robert Alexander/Archive Photos/Getty Images)
(Fotografia por Robert Alexander/Archive Photos/Getty Images)
  • Audre Lorde

Ela mesmo se declarava negra, lésbica, mãe feminista, poeta, guerreira, e com essas identidades Lorde lutava pelas injustiças contra os marginalizados durante meados do século XX através dos seus aclamados trabalhos literários. Morreu de cancro da mama em 1992.

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  • Del Martin e Phyllis Lyon

Um dos casais de mulheres lésbicas mais conhecido nos Estados Unidos, Martin e Lyon, estavam juntas desde o início dos anos 50 até a morte de Martin em 2008. Casaram em 2004, sendo a primeira cerimónia celebrada entre duas pessoas do mesmo sexo em São Francisco. Em 1955 fundaram a já mencionada Daughters of Bilitis – a primeira organização social e política para as lésbicas nos Estados Unidos.

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  • Patricia Highsmith

Em 1952, a autora publicou o livro O Preço do Sal: a inspiração por trás do tão antecipado filme Carol (estreia em Portugal a 28 de Janeiro de 2016) que conta com Cate Blanchett e Rooney Mara. Também faz parte do seu conjunto de obras os famosos livros O Desconhecido do Norte-Expresso – que mais tarde se tornou um filme de Alfred Hitchcock – e a saga Sr. Ripley que originou igualmente vários filmes.

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  • Barbara Jordan

Em 1972, tornou-se a primeira negra do Sul dos Estados Unidos a ser eleita para a Câmara de Representantes. Tornou-se numa das líderes do movimento pela luta dos direitos civis norte-americanos. Embora nunca tenha assumido publicamente, o seu obituário no jornal Houston Chronicle mencionou o seu relacionamento de 20 anos com Nancy Earl que lhe escreveu vários discursos e a apoiou nos últimos anos da sua vida em que sofreu de esclerose múltipla. Jordan tornou-se na primeira mulher negra a ser enterrada no Texas State Cemetery.

Fonte: Huffpost Brasil.

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