Itália viu ontem, dia 24 de Janeiro, mais de cem das suas cidades inundadas por protestos pela aprovação de uniões civis para casais do mesmo sexo. A iniciativa, de “dimensões históricas” segundo o grupo activista Arcigay, juntou mais de um milhão de pessoas nas ruas italianas em prol da colmatação das falha continuas da legislação italiana para com as pessoas LGBT, sendo o único país na Europa Ocidental que não reconhece quaisquer direitos matrimoniais a casais homossexuais.
As propostas de lei serão discutidas no Senado e irão incluir direitos acrescidos a famílias homoparentais, ficando assim o casal, e não só o pai/mãe biológico/a, com direitos e responsabilidades para com as crianças já membros no núcleo familiar. A oposição avança já com 6000 emendas a estas propostas, incluindo uma que proíbe a casais do mesmo sexo a adopção de crianças de outros países.
A Itália progressista é assim ainda muito esmagada pelo fantasma da Igreja Católica e a sombra da Basílica de São Pedro continua a pesar nas decisões do Senado na promulgação de leis que visam a igualdade dos cidadãos num estado que se queria laico e social. Recentemente, o Papa Francisco deu ainda mais armas à oposição destas propostas, afirmando que “é importante que não haja confusão entre a família que Deus quer e qualquer outro tipo de união” e que “a família, fundada no matrimónio indissolúvel que une e permite a procriação, é parte do sonho de Deus e da sua Igreja para a salvação da Humanidade”
Esta cáustica influência do Catolicismo cego e totalmente desligado da realidade social, continua a travar os avanços pelos direitos das pessoas LGBT em toda a Europa, não só em Itália mas em todos os países mais conservadores, tal como a Alemanha, demasiado contaminados pela Igreja no momento promulgação de leis imparciais que visam o bem estar e a não descriminação dos seus cidadãos.
Eles, nós, não sonhamos ter um casamento religioso, celebrado por um padre católico e com aspirações de conquistar aqueles que continuam a achar a união entre pessoas do mesmo sexo um atentado à vontade de Deus e constitui uma aberração à lei natural. Esse tipo de ignorância continuará a ser invencível. Mas queremos, e exigimos, sermos tratamos como cidadão iguais a todos os outros aos olhos do Estado, com os mesmos direitos e deveres civis, e não como cidadãos de segunda cuja presença é meramente suportável.
Aqui no Brasil, um país de em desenvolvimento, adolescente historicamente falando, podemos casar. Fico feliz por isso e temo apenas que as pessoas casem por que é uma novidade. Espero que decidam com seriedade. Eu conheço um pouco da Itália e preocupo-me de verdade com o peso da igreja sobre aquele país. Porém, eles não vão conseguir por muito tempo. Não sou ativista, porém fico feliz por quem luta!!! Abraços!!!
PS.: Vou repostar!!! 🙂
Que o direito ao casamento chegue a mais pessoas e a mais países em breve. Aqui estamos para isso também. Obrigado pelas palavras, Wanderson 😃
*Eles não vão conseguir escapar de liberar esse direito…