Comecemos assim, uma longa e culturalmente variada viagem…
Começando pela Austrália onde Dean Smith, Senador do Partido Liberal, começou por agitar as coisas quando, sendo ele o primeiro senador homossexual eleito para o governo, afirma que:
Um referendo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo cria um precedente perigoso e caro para como a Austrália decidirá sobre outras questões no futuro!
O atual primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, é um apoiante do casamento entre pessoas do mesmo sexo e, aquando da sua eleição, negociou com os seus oponentes conservadores de que, relativamente ao
Dado isto, Dean Smith, capaz de representar a causa, melhor que ninguém, preferiu preocupar-se com o poder, relativamente a qualquer assunto que seja, que esta a ser entregue aos eleitores:
Afinal, se o Parlamento pretende enviar a nação a um referendo para determinar a questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo, o que deve ser feito da próxima vez que um compromisso militar no exterior for necessário?
Já na cidade de Agra, na Índia, um adolescente de 15 anos, considerado um aluno de sucesso, auto-incinerou-se após ter estado enclausurado no próprio quarto durante dois dias. A gritar de dores e em chamas, foi ajudado por vizinhos que, com cobertores e água que não foram suficientes para evitar os 40% de área corporal total queimada.
Após ter-se tornado notícia que o rapaz tinha sido apanhado envolvido sexualmente com outro adolescente, num parque da cidade, o jovem foi obrigado a passar por provocações e perturbações vindas de forma gratuita e furtiva. Não lidando bem com a situação viu e concretizou a ideia que, naquele momento, parecia ser a solução.
Na Índia o casamento entre pessoas do mesmo sexo não é permitido sendo que, em 2013, foi reinstaurada a Lei, da era colonial, Anti-Gay, que pode levar a que um homossexual receba uma pena de 10 anos, só por sê-lo.
Mas felizmente as exceções aparecem. Até na Índia! E, desta vez, para quebrar preconceitos e ideologias surge a 6 Pack Band, a primeira banda transgénero do país que canta em Hinglish (mistura do Hindi com o Inglês). Graças ao seu cover, em estilo Bollywood, da música Happy do Pharrell Williams, que podem dar a conhecer, ao mundo, um pouco da realidade que vivem enquanto “3.º género”.
Mesmo ao lado, no Paquistão, uma mulher transgénero esperou cerca de três horas para ser atendida num hospital após ter sido baleada. Relativamente ao tiro julga-se que este seja proveniente de um ataque aleatório motivado por ódio. Já o hospital justificou a sua (falta) de atitude médica perante esta mulher da seguinte forma:
Seria desconfortável para os outros pacientes ter uma pessoa trans na enfermaria.
Depois de provocações e pressões, os médicos, intercederam tendo colocado esta mulher na ala masculina com uma cortina à sua volta…
Apesar de tudo isto, nos últimos anos, a comunidade trans tem ganho alguma proteção governamental no Paquistão: direito ao voto e cartões de identificação que os reconhecem como uma “identidade” diferente – nem masculina nem feminina.
Já na China, pela primeira vez na história deste país, é aceite em tribunal um pedido de um homossexual que solicitou o direito a casar-se. Sun Wenlin, de 26 anos, iniciou todo este processo após ter visto o seu pedido de registo matrimonial rejeitado com a justificação:
Só um homem e uma mulher podem casar.
Sun espera agora o longo processo de decisão por parte dos juízes (não menos que seis meses).
Volvendo ainda mais a norte, na Rússia, um restaurante e galeria, conhecido por ser tendencialmente lésbico, foi encerrado pelo próprio senhorio que queria transformar o espaço num bar para pessoas naturais.
Debryanskaya, a proprietária deste bar desde 2003, viu o seu senhorio a 10 de Dezembro entrar pelo estabelecimento, aos berros por estarem alegadamente prestes a ser visitados pela polícia. Tudo isto levou a que rapidamente o bar ficasse deserto e com Debryanskaya a entregar as chaves ao senhorio que esperaria pela polícia.
Contudo, Kozlouvskiy, o senhorio, após fechar as portas, sem polícia alguma que tivesse incomodado, mudou as fechaduras e contratou uma (suposta) equipa de segurança para manter as “pessoas” longe, tomando assim posse do edifício e recheio. E só após tudo isto é que decidiu falar com Debryanskaya, a quem alegou que o contrato do aluguer do estabelecimento terminava na passagem-de-ano.
Depois de tudo isto, Debryanskaya, fez queixa à polícia mas com pouca esperança, uma vez que, já é conhecido que a polícia nada fez em casos semelhantes, só pela referência “LGBT”.
Estou certa de que não farão nada.
Já o espaço noturno gay Moscow’s Central Station viu-se forçado a mudar de edifício graças a tiros e violência.
Voando agora para a Europa…
Na Eslovénia, juntamente à re-proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo, temos uma rapariga que se assumiu, perante a família religiosa, antes dos próprios se dirigirem às urnas para votarem no referendo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
E na Grécia que, finalmente, legalizou as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo apesar da opressão da Igreja Ortodoxa.
Já na Estónia, no passado dia 01, as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo tornaram-se legais. A Estónia torna-se assim o primeiro e único estado ex-soviético a reconhecer o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo.
Contudo, a todos os casais foi recomendado que tivessem paciência e calma uma vez que o parlamento ainda tem de criar e/ou alterar leis, como as do divórcio e das heranças.
Em Londres, e já não tão engraçado, um homem de 27 anos, Alan, foi preso no passado dia 6 de Janeiro, por ter agredido (dois olhos negros, vários cortes e pisaduras) um jovem de 21 anos, Robbie, enquanto este estava com o namorado. Depois de pedir um cigarro, Alan, vestido com um tu-tu cor-de-rosa (em plena noite de Haloween) agrediu Robbie sem motivo ou explicação.
A somar-se a tudo isto, Robbie perdeu o namorado e o trabalho e ganhou o medo de voltar a sair. Já Alan foi preso durante 18 meses, sem possibilidade de negociação futura da pena.
Um outro problema chegou ao governo do Reino Unido que tem sido incitado a criar uma unidade especializada para mulheres transexuais reclusas. Tudo isto surgiu uma vez que, aquando da prática de um crime, uma mulher trans é enviada para prisões masculinas e, depois de lá deixadas, são muitas as histórias de terror e violência.
Duas dessas mulheres morreram no mês passado, num espaço de poucos dias. A uma terceira foi-lhe injetada água (da sanita) nos testículos. E no meio de tudo isto, o governo recusou-se a tomar medidas de emergência para identificação dos prisioneiros trans existentes, optando por esperar até que seja elaborada uma revisão sobre o assunto. A ideia de uma prisão/unidade especializada ainda está na sua fase de crescimento, lento e complicado (mas qualquer início é árduo), mas hoje um tijolo, amanhã uma parede, daqui a uns dias todo um edifício.
Tara, a primeira a elevar a voz relativamente a esta situação conseguiu, graças ao apoio dos familiares e a uma petição que contava com 150.000 assinaturas, ser transferida para uma prisão feminina.
Fontes: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22,