O filme “Carol”, de Todd Haynes, estreia esta quinta-feira e traz-nos algo de absolutamente novo: uma história de amor entre duas mulheres protagonizada por duas grandes atrizes e produzida pela grande indústria do cinema de Hollywood. Uma história de amor entre duas mulheres, sim mas, mais importante, uma história de amor lésbico, uma história com personagens lésbicas.
10 anos depois de “Brokeback Mountain”, chegou a nossa vez. As lésbicas são finalmente protagonistas de uma história de amor do mainstream cinematográfico. E, aqui tal como no filme dos dois cowboys, a indústria consegue fazer o que melhor sabe fazer: transformar uma história específica, particular, numa história universal, em que tod@s nos possamos rever. Assim, “Carol” vai conseguir conquistar tod@s aquel@s que sejam sensíveis ao amor romântico, às questões sociais e à beleza do cinema, independentemente da sua orientação sexual.
É claro que a importância de Carol não se esgota neste contexto. É um filme tão belo e pungente que nos atravessa e nos transporta emocionalmente, graças à história de Patricia Highsmith, às interpretações fabulosas de Blanchett e Mara e à realização maravilhosamente envolvente de Todd Haynes. Tira-nos o fôlego e eleva-nos, como bom cinema que é. Mas, estamos aqui para isso, este filme não pode ser lido apenas pelo belo e pelo arrasto emocional que traz consigo. Aqui, o Belo é inevitavelmente o Bom.
Se o filme tem de ser visto livremente para ser fruído, deve ser lido também no contexto dessa importância para a causa LGBT e, também, pelo seu contributo para a visibilidade lésbica, não nos confinando mais a papéis secundários ou marginais.
Esse contexto está, no filme, para além da história de amor. Está em todas as dificuldades por que as protagonistas passam, está na personagem secundária de Abby, está no universo social e pessoal em que as personagens se movem e, claro, na afirmação mais difícil e crítica da personagem de Carol: “I won’t deny the truth. Now what happened with Therese — I wanted. And I will not deny it, or say that I do.”
Este é um filme que, em toda a sua magia, se transforma também num hino de visibilidade, de conquista, de superação. É um filme fundamental para tod@s. Mas é, e será, um filme ainda mais fundamental para todas as lésbicas e para a causa LGBT. E que bom que tod@s o possam ver. Ninguém quererá negar tal amor, ninguém deixaria de querê-lo.
Ep.186 – Renaissance: A Film by Beyoncé (hmmm, yummy, yummy, yummy, make a bummy heated) – Dar Voz a esQrever: Notícias, Cultura e Opinião LGBTI 🎙🏳️🌈
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Vi finalmente o filme e foi uma excelente experiência, estava a contar que fosse óptimo, mas a verdade é que todas as minhas expectativas foram superadas.
Saí do cinema completamente arrebatado, é um filme cheio de nuances e de tensões – nem sempre óbvias – que nunca manipulam o espectador com ‘truques fáceis’.
Grandes personagens, história, fotografia e realização… e aquele final!!! Finalmente um filme deste calibre em que as personagens LGBT têm a possibilidade de um ‘happy ending’, sem serem restringidas aos finais trágicos a que quase sempre são sujeitas.
O Carol entrou para a lista restrita dos nossos 10/10 <3
Filme maravilhoso! Parabéns pela resenha! 😉