Nike Termina Patrocínio A Manny Pacquiao (campeão pugilista e homofóbico)

Eles são piores que animais“, foi com esta afirmação que o campeão de pugilismo Manny Pacquiao, nascido nas Filipinas, perdeu o patrocínio que mantinha com a Nike desde 2006. Dado o historial do desportista, o gigante desportivo não teve outra solução.

Pacquiao, que pelo menos desde 2012 se opõe publicamente ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, voltou ao centro da polémica quando esta semana disse numa televisão filipina:

É o senso comum. Vêem animais a acasalarem com outros do mesmo sexo? Os animais são melhores porque conseguem distinguir masculino e feminino. Se os homens se relacionam com homens e mulheres com mulheres, eles são piores que animais.

Acontece que Pacquiao, aos 37 anos, decidiu aprofundar o seu currículo político e tentar um voo mais alto. Membro da Casa dos Representantes desde 2010, anunciou no final do ano passado que irá candidatar-se ao cargo de senador. E é nesse contexto que esta afirmação ganha relevância acrescida. Apesar do pedido de desculpas, onde ainda vestia uma camisola da Nike, a marca desportiva decidiu terminar o patrocínio que mantinha com o pugilista há 10 anos:

Consideramos que os comentários de Manny Pacquiao são detestáveis. A Nike opõe-se fortemente à discriminação e tem uma longa história de apoio à comunidade LGBT. Não temos mais nenhuma relação com Manny Pacquiao.

A empresa norte-americana – aliás, tal como a sua rival alemã Adidas – tem-se aliado à luta pelos direitos das pessoas LGBT, nomeadamente com o lançamento da campanha #BETRUE (ou #SÊVERDADEIRO/A) onde celebra a diversidade, a inclusão e o apoio a todos os seus atletas.

Haverá vozes que acusarão estas marcas de explorarem as lutas cívicas dos seus clientes de forma a aumentarem os seus lucros, mas se o resultado final for uma maior visibilidade e um maior apoio às causas que unem as pessoas LGBT, não vejo qualquer problema com isso. Que o respeito e o reconhecimento de toda a população sejam sinónimos de sucesso, porque não também comercial?

Quanto a Pacquiao, não está em causa a sua liberdade de expressão. O pugilista é livre de dizer todas as barbaridades que bem entender. Simplesmente não significa que o faça sem a reação da população e, neste caso, dos seus patrocinadores. O preconceito e o insulto levaram – e bem – Pacquiao ao tapete!

#BETRUE

Fontes: Público, Forbes e The Guardian (fotografia).

Por Pedro Carreira

Ativista pelos Direitos Humanos na ILGA Portugal e na esQrever. Opinião expressa a título individual. Instagram/Twitter/TikTok/Mastodon/Bluesky: @pedrojdoc

Deixa uma respostaCancel reply

Exit mobile version
%%footer%%