Não são as mamas, não é o cabelo, tão pouco as pernas. Não são os brincos diante do cabelo. Não é o beijo aos filhos, não é a mão no homem. Ou na mulher. Não é hetero, homo, nem bi. Não lhe chamem trans ou sequer cis. Porque não são as flores, os anéis ou as saias. Não é o piropo, o olhar ou o assobio. Nada disso.
Ser mulher é mais do que aquilo que lhe atribuem, mais do que aquilo que lhe exigem e impõem. Ser mulher vai para lá daquilo que se pensa, porque nós, homens, pensamos pouco. E pensamos ainda menos nas mulheres. Quantas vezes nos assumimos um passo à frente delas? Vemos o nosso sucesso, por arrasto, o delas e não entendemos que, sim, as arrastamos, submissas, atrás de nós.
E este é um dia para pensar nisto. Nisto e muito mais, é claro. Mas se pensarmos apenas uns instantes talvez consigamos todos, homens e mulheres, ter uma ideia – por mais vaga que seja – do que é realmente ser-se mulher.
Fonte: Carmen Tyrrell (pintura)