A Igreja Católica está ‘furiosa’ com o governo de Itália, depois da aprovação das uniões civis entre pessoas do mesmo sexo no país. Numa entrevista, o Arcebispo Michele Pennisi [na foto] atacou o projecto de lei e a forma como foi aprovado, dizendo que “há uma grande fatia do país que não quer esta lei. Acredito que esta maneira de trabalhar é assustadoramente fascista.”
Mas os ataques ao Governos italiano e a esta (ainda) pequena vitória pelos direitos e pela igualdade dos cidadãos italianos não se ficou por aqui: o Arcebispo do Chieti-Vasto Bruno Forte – que dirigiu o ‘Sínodo sobre a Família‘ da Igreja – rejeita os direitos de pessoas LGBT: “É sem dúvida uma derrota e também um empobrecimento da vida democrática numa questão que pode ter um enorme impacto sobre o futuro da sociedade“. Acrescentou ainda que todas as famílias precisam de “reciprocidade fundamental entre um homem e uma mulher” no seu núcleo.
Alguém informe o senhor Forte que legalizar relações entre pessoas do mesmo sexo não influencia o estatuto democrático de um país e que o único ‘enorme impacto’ na sociedade é torná-la mais justa e igualitária, algo que a Igreja Católica poderia tomar algumas notas.
O próprio Papa Francisco não abordou directamente a questão, com o escritório de imprensa no Vaticano a dar prioridade a uma história sobre equipamentos de ténis de mesa do pontífice. Enfim, uma questão de claras prioridades! O Papa no entanto afirmou recentemente que ensinar as crianças sobre sexo seguro é “promover o narcisismo” – e que os adolescentes transexuais devem ser ensinados a “aceitar seu próprio corpo como ele foi criado“.
Resta a questão, para quando o casamento igualitário em Itália? Porque – e não restem quaisquer dúvidas – esta aprovação das uniões civis entre pessoas do mesmo sexo é um semi-passo, é uma tolerância do Estado italiano aos seus cidadãos LGB. Porque – e não restem mais uma vez quaisquer dúvidas – esta “formação social específica” é também ela uma discriminação, porque separa o que deverá ser, perante a lei, igual. Até que o casamento igualitário seja lei os italianos continuarão a sofrer uma clara discriminaçãozinha, vá.
Fontes: Pink News, Público e Cronarmerina (imagem).