UEFA: É “Irrealista” Homenagear Vítimas De Orlando No Euro 2016

Um pouco por todo o mundo surgem homenagens às vítimas do ataque terrorista – e, repetimos, absolutamente homofóbico – que no passado Domingo fez 50 vítimas mortais e 53 feridos em Orlando, na Florida. Apesar de ter sido o pior tiroteio nos Estados Unidos da América e de todo o impacto e discussão que levantou, a UEFA declarou ser ‘irrealista’ prestar homenagem às vítimas de Orlando.

Geralmente, nas competições da UEFA, tributos (momento de silêncio, braçadeiras negras) são feitas às vítimas de trágicos acontecimentos que, ou são relacionadas directamente ao futebol, ou a uma das equipas participantes ou até ao país organizador .

Assim, a UEFA prestou homenagem às vítimas dos acontecimentos de Paris de 13 de Novembro de 2015, por ocasião de uma reunião Inglaterra-França, alguns dias depois dos atentados na capital francesa.

Nós temos ainda prestado homenagens em jogos da UEFA na sequência de trágicos eventos de grande escala, eventos que levaram à morte de milhares de pessoas, tais como desastres naturais, por exemplo. Infelizmente ocorrem eventos trágicos quase diariamente em todo o mundo e seria simplesmente irreal honrarmos todas as suas vítimas. [Contudo], a UEFA condena veementemente todos os tipos de violência, incluindo ataques de Orlando, e manifesta a sua profunda simpatia para com as vítimas desta terrível tragédia e suas famílias.

É difícil defender esta argumentação, quando um dos mais trágicos eventos do ano e o que ele simboliza é varrido para debaixo de uma declaração de condolências quando a UEFA poderia, facilmente, espalhar a sua mensagem a milhões de pessoas em todo o Mundo. Será preconceito? Será homofobia? Não sei, mas é por entraves destes que importa perceber-se de vez porque são ainda absolutamente essenciais as Marchas e os Prides. Porque não está tudo feito, longe disso. Podemos ter a lei, por fim, do nosso lado, mas o preconceito existe. E de forma mais ou menos óbvia, de forma mais ou menos encapotada persiste. E a UEFA perde assim uma enorme oportunidade para mostrar que aquilo que prega é, efectivamente, genuíno. Esperamos iniciativas pessoais de jogadores e equipas, serão elas capazes de se afirmar do lado certo da História e prestar as merecidas homenagens às vítimas do atentado? Assim esperamos. Atentos.

Fonte: Marianne.

Nota: Obrigado ao Filipe pela dica.

7 comentários

  1. E ainda política… é claro. Basta ver que uma das seleções é a Rússia, um país que a homofobia é política oficial.

    1. É, a UEFA perdeu aqui uma importante oportunidade para passar a mensagem que diz defender. Mas dúvidas persistem sempre que num caso tão extremo como este desvalorizam estas mortes e a razão porque aconteceu tudo isto 🙁

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