São uma vergonha nos locais públicos. Não são uma boa representação para a nossa causa nacional e internacional. São irrevogavelmente estranhos à sociedade geral.
Falo, obviamente, de michas: machos latinos portugueses.
O que fazer a esta espécie em crescente expansão face ao recente desenvolvimento em Direitos Humanos, na Europa e Portugal? É assim, eles têm de existir, claro, e temos de os aceitar. Mas, como bom português, “não concordo e não respeito”. Porquê?
(Nota: daqui para baixo, depreende-se que isto é uma paródia das críticas contra “bichas”. Faço o possível para não detestar ninguém, desde que sejam felizes e não interfiram com a liberdade individual de cada um)
A imagem
O decote em V até ao umbigo. A calça em licra no ginásio. A mistura de poliéster com algodão tamanho XS em corpos tamanho XL. Os colares, as pulseiras e os brincos. Os 500g de cera/gel/pomada no cabelo. O bronze do solário.
Não percebo. Querem chamar à atenção? Porque têm necessidade de se exibir, de se andarem a pavonear pela cidade? Até parece que fazem de propósito para serem gozados!
A linguagem
“- Está tudo bem, meu puto?
– ‘Tá-se bem, bacano! E contigo?
– Ouve mano, pá, nem imaginas quem comi ontem, puto! Duas gajas todas boas, ao mesmo tempo, depois do CrossFit!
– Bacano, mano! Mas conseguiste comer prota meia-hora depois? Tens de reduzir no Cardio esta semana, puto!”
Pela forma como gesticulam e falam, consigo perceber: são duas michas. Uma pessoa arrisca-se a sair de casa e leva com estas coisas?! Falem dessa forma em casa!
Os comportamentos
Nem sei por onde começar:
- Porem-se com gritos guturais no ginásio para toda a gente ouvir (‘migo, se eu quisesse ouvir homens a gemer enquanto fazia exercício ripava o áudio dos vídeos do PornHub);
- Sacarem do tupperware, garfo e faca e porem-se a comer dois bifes de perú no balneário depois do treino (o shake não chega?!);
- A última fotografia com uma t-shirt e sem as hashtags #ripped #esmagaquecresce #fitnessaddict ser da sua infância;
- Lamberem os lábios e mexerem na pila através dos bolsos (os mais educados) quando uma “gaija boa” passa por eles;
- Ou, se forem homens não-hetero, criticarem as Marchas do Orgulho LGBT como um “carnaval não representativo” mas recusarem-se a participar em atividades semelhantes e assumirem posições homofóbicas e sexistas perante amigos, colegas e familiares, “para disfarçar”.
As atitudes
Têm negativa, pelo menos, a Português e Matemática, mas sabem o nome de todos os jogadores, valor nos mercados nacional e internacional e percentagem média de posse de bola por jogo até ao Campeonato de Portugal.
Sabem a Anatomia Funcional toda e são quasi-experts em Nutrição Desportiva, mas usar preservativo “não é coisa de homem” e são imunes a ISTs.
Conseguem mandar SMSs a 3 raparigas/3 rapazes diferentes enquanto a/o namorada/o está a tomar banho, mas se ela/ele fala com qualquer indivíduo do sexo masculino, é um@ porc@ desavergonhad@ sedent@ de pila.
Não há paciência para esta gente que insiste em viver à margem da sociedade!
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Brincadeiras à parte, podemos ser tod@s alvo de gozo pelas mesmas razões, basta mudarmos de perspectiva.
Fonte: Unsplash por Manki Kim (imagem)
Por favor digam-me que a parte da tupperware no balneário é um exagero estilístico … se não for mintam-me
Sim, é tudo, tudo mentira #cough 😜
Nope, baseado em factos reais :X
Hehe confere, já vi vários destes casos