Uganda: Governo Impede Parada Do Orgulho LGBT

O Governo do Uganda, mais uma vez, ameaçou activistas LGBT que seriam presos se organizassem e participassem numa parada de Orgulho ou qualquer outro evento com temática LGBT.

Simon Lokodo, ironicamente, Ministro de Ética e Integridade do Governo do Uganda afirmou publicamente que o evento do Orgulho LGBT infrinja Código Penal do país que proíbe sexo gay e a promoção do mesmo.

Pior ainda, o próprio Ministro relaciona o activismo gay meramente com atos de pedofilia e prostituição. O Ministro afirmou à AP (Associated Press):

Estamos cientes de que existem incentivos, incluindo dinheiro, a ser oferecido aos jovens para promover a prática [homossexual].

Simon Lokodo ainda referiu que esta medida é apenas para não promover a homossexualidade no Uganda, sendo que, segundo ele, não promove a violência contra a comunidade LGBT.

Afirmações destas são ditas num período em que no Uganda se tornam cada vez mais frequentes, e públicos, assassinatos em plena luz do dia e violência policial face à comunidade gay.

A parada LGBT estava marcada para o dia de 24 de setembro, precisamente o sábado passado e já era a segunda tentativa de organizar a parada este ano, sendo que a primeira tentativa deu-se no passado agosto.

Consta-se que apareceram mais de 100 participantes no local do evento. Porém, mesmo antes de começar a parada, a maior parte dos participantes foram acompanhados pela polícia para a capital do Uganda, Kampala, para serem “questionados”.

Esta semana também se soube que foram rebocados os veículos dos participantes como forma de punição a quem se recusou a sair do local e um dos participantes magoou-se ao tentar saltar de um veículo da polícia em andamento.

Está ainda por apurar todas as questões e justificações referentes ao impedimento da realização da parada LGBT, sobretudo quando nos últimos anos foram reprovadas leis constitucionais que potenciavam um aumento da discriminação face à comunidade LGBT como aconteceu em 2014.

Ainda que o Pride não tenha ocorrido como planeado, é também ele um ato de manifestação e protesto para a defesa dos direitos LGBT, e que a comunidade no Uganda precisa mais do nunca de visibilidade no mundo da informação.

 

Fontes: BBC, Care2Pink News e Think Progress (imagem).

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