Novo acordo de compromisso no Airbnb – mais inclusão, mais respeito, mais igualdade

Entra hoje em vigor um novo acordo de compromisso para anfitriões e hóspedes na maior plataforma mundial de alojamento temporário – o Airbnb. Este compromisso estabelece princípios de igualdade e inclusão para todos os seres humanos, evitando que haja discriminação em função de género, identidade de género e orientação sexual entre muitas outras classes, habitualmente associadas à discriminação, como é o caso da raça, etnia e culto religioso.

O Airbnb é um serviço de pesquisa de alojamento local tanto de home-sharers (pessoas que recebem hóspedes em suas casas, disponibilizando um quarto ou sofá para o efeito) como para arrendamento de curta duração de apartamentos turísticos. Este serviço suportado por um site e de uma aplicação mobile, nascido em São Francisco, EUA, em 2008, tem sido um fenómeno global de acelerado crescimento em termos de procura turística e, até, na criação de comunidades locais de anfitriões. Há uma maior proximidade entre anfitrião e hóspede, permitindo que estes possam ficar alojados como se fossem habitantes locais das cidades que visitam. No caso específico da partilha de casa (home-sharing) a intimidade entre anfitrião e hóspede é ainda maior, criando-se frequentemente, segundo relatam os comentários de todos, laços de amizade. Este serviço assenta, pois, numa base de forte confiança mútua e partilha.

Na passada semana o Airbnb enviou um email a todos os seus anfitriões e hóspedes avisando que o seu novo acordo de compromisso entraria em vigor hoje, dia 1 de Novembro de 2016. Pode ler-se neste email (citação ipisis verbis):

“Alguns meses atrás nós embarcamos em um esforço completo e abrangente a fim de combater o preconceito e a discriminação na comunidade do Airbnb. Como resultado deste esforço, a partir de 1º de novembro de 2016 pediremos a todos que concordem com o Compromisso da Comunidade.”

e ainda

“Esse compromisso baseia-se em dois princípios fundamentais que se aplicam tanto aos anfitriões quanto aos hóspedes do Airbnb: inclusão e respeito. Nosso compromisso compartilhado com esses princípios possibilita que todos os membros de nossa comunidade sintam-se bem-vindos na plataforma do Airbnb, independentemente de quem eles sejam, de onde eles venham, do culto de cada um deles ou de quem eles amem.”

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“Os anfitriões do Airbnb não poderão:
– Recusar um hóspede com base na raça, na cor, na etnia, na nacionalidade, na religião, na orientação sexual, no sexo ou no estado civil.
– Impor quaisquer termos e condições diferentes com base na raça, na cor, na etnia, na nacionalidade, na religião, na orientação sexual, no sexo ou no estado civil.”

Pode ler-se o documento completo com a Política de Não Discriminação do Airbnb aqui.

Este acordo de compromisso de não discriminação é um excelente exemplo do trabalho positivo e fundamental que algumas empresas têm feito no sentido de maior inclusão, respeito e igualdade da população lgbti em particular, de todos os seres humanos, em geral.

Recordamos que, no passado, nem sempre os anfitriões do Airbnb, ou o próprio Airbnb, foram notícias pelas melhores razões. Em Junho deste ano foi revelado um episódio em que uma anfitriã recusou a estadia a uma pessoa trans, alegando que tinha um filho de 13 anos a quem não queria causar “desconforto”. Um tweet publicado pelo próprio lesado, um produtor de TV de Hollywood, tornou-se viral, levando a que a anfitriã, a quem havia sido dado o estatuto de super-anfitriã, já depois deste episódio, em 2015, fosse então banida da comunidade. O Airbnb demorou a reagir a este caso, tendo, contudo, assumido em Junho deste ano o compromisso de rever a sua política de não discriminação para evitar que mais casos desses aconteçam no futuro. Este compromisso que, então, entra hoje em vigor é a resposta cabal a situações como esta. Podem ser lidas as notícias sobre este episódio aqui e aqui.

Congratulamo-nos com a nova política de não discriminação do Airbnb, porque todos os seres humanos são dignos de respeito e inclusão. Vale a pena não ficar calado e denunciar todas as situações de discriminação e violação dos direitos humanos.

Por Nuno Gonçalves

Opinião expressa a título individual.

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