Henrique Raposo: Beto. Católico. Oprimido. Coitadinho.

Coitadinho do Henrique Raposo. O cronista do Expresso conseguiu mais uma vez fazer uma finta ao editor do jornal e publicar um dos textos mais mentecaptos que tive oportunidade de ler nos últimos tempos. Raposo já é nosso comparsa, e, tal como João Miguel Tavares da concorrência, tem claramente uma fascínio pela população gay. Nomeadamente a masculina. Seja a afirmar que o casamento entre pessoas do mesmo sexo levou à extinção a saudosa amizade masculina ou que padres não podem ser gay porque não têm sexualidade. Ora, só isto dá pano para várias mangas de camisas paneleiras da Hugo Boss.

Contudo no texto publicado ontem na rúbrica de opinião “A tempo e a desmodo” (para quem não sabe Desmodus é uma classe de morcego-vampiro), Henrique Raposo vem em defesa do seu amigo (duvido) Ricardo Araújo Pereira, que, convém tirar a limpo, nunca foi denominado “homofóbico”, e denuncia-se ele próprio uma vítima do “politicamente correcto”. Afirma primeiro que os gays se colocam acima do escrutínio social e que todos têm de ser passíveis de ser criticados ou parodiados. Afirma também que ele próprio enquanto católico sofre diariamente de pressão social pelas suas crenças. Afirma finalmente que os gays e os ciganos deviam ser como os homens brancos católicos e as tias e se tornarem passíveis de gozo de forma a atingir a plenitude da igualdade. Sim, as tias, as de Cascais mesmo, aquele grupo super desprivilegiado. Há dias sem festas de lançamento e nem um croquete levam ao goto.

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Texto de Henrique Raposo para o Expresso

Perdoem-me o francês mas… foda-se, isto é mesmo engraçado. Começa por ter piada por ele achar que “o gay” ou “o mariconço” (versão excessiva do gay, como ele diz) não têm sentido de humor e se colocam num pedestal do qual não são permitidas injúrias. Amiga, se há galera com sentido de humor, essa galera é o bichedo. Afinal de contas crescemos numa sociedade onde se por acaso não ganharmos uma carapaça mais dura que adamantium morremos. Literalmente. E já viste os Óscares com bichas? M’lher ias-te cagar a rir.

Agora esta dos católicos hoje em dia serem perseguidos e oprimidos é que é do caralho, oh Quico. Portanto alguém que se diz pertencente ao grupo que, ao longo da história da Humanidade, mais oprimiu e assassinou todos que a eles se opunham, está agora a jogar a cartada de “vítima”. Epá, poupa-me e vai ver o filme do Scorsese sem cuecas. Quando eu te estiver a queimar na fogueira por rezares às escondidas, manda-me mensagem no Grindr que eu dou-te o santíssimo sacramento. Pelo menos terei a decência de pôr uma Whitney a tocar enquanto te tosto as pestanas. Porque sou fofo. Entretanto cala-te e pensa em São Tomás de Aquino antes de lançar essa diarreia mental cheia de lâminas. Não vá uma delas atingir um gay de sangue azul, levares com salpicos e teres de ir para o Santa Maria a gritar para te tirarem a SIDA.

Fonte: Expresso

5 comentários

  1. Aposto que, nessas vossas cabecinhas, não caiba a ideia de que alguém possa concordar com este artigo. Ou com o artigo do Ricardo Araújo Pereira. Ou melhor dizendo, alguém que é homossexual e cujos amigos fazem graçolas, daquelas que vos fariam escrever artigos durante semanas.
    Este artigo é mais uma prova de como querem, realmente, tornar-se numa espécie de elite. O mesmo seria que eu, afirmando que prefiro homens masculinos e não gosto de bichas… Sou então desses gays homofóbicos que vocês tanto apregoam.
    Por favor, ganhem juizinho. E deixem-se vocês de merda e de pseudo-revoltas. Só nos fica mal, não aceitar qualquer graçola, não aceitar que, se queremos ser tratados como iguais, primeiro há que ver-nos e comportarmo-nos como tal. Até lá, haverão artigos sobre o politicamente correcto, haverão artigos destes e haverão estes textos estúpidos que, mesmo não querendo, não consigo evitar comentar.
    Fiquem bem e as melhoras da vossa condição mental.

    1. Querida La Cucaracha,

      Muito grato pelo comentário.

      1. Não, não vamos aceitar qualquer graçola que minora, como tem sido hábito, qualquer pessoa LGBT;
      2. A expressão “dar-se ao respeito” pretende impor uma normalização, geralmente machista, à qual não nos revemos;
      3. Esteja à vontade para gostar de “homens masculinos” e não de “bichas”, desde que não comprometa o direito e a igualdade de uns e outros, é irrelevante;
      4. Não nos leve tão a sério que nós também não.

      ¡Adiós!

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