Esta semana surgiu uma imagem que se tornou viral. Nela eram destaque as curvas dos glúteos do Primeiro Ministro do Canadá, Justin Trudeau. Até que ponto é-nos válido objetificar o seu corpo quando andamos a pregar precisamente o contrário em relação às mulheres? Em que é que o difere de outros casos que aqui denunciamos?
Para começar, Trudeau tem beneficiado de uma atenção mediática unanimemente positiva – ou quase – e é hoje símbolo de um País com leis progressistas que protegem as minorias e as mulheres, desde logo, dando o exemplo na constituição de um Governo realmente diverso e inclusivo. A sua popularidade internacional é tão elevada que, mesmo com alguns deslizes recentemente sobre Israel, tornou-se numa espécie de porta-estandarte-pop dos direitos humanos no ocidente.
E, sim, ele aproveitou esse tom e foi ele o grande beneficiário de uma campanha que o colocou a liderar o País três décadas depois do seu pai, Pierre Trudeau. Mas também é ele quem, chegado ao poder, continua a apostar em escrever a história canadiana, uma e outra vez. E isso é, sem dúvida, refrescante, especialmente quando o mundo à nossa volta parece – perdoem-me mais uma vez a alusão traseira – virar-nos costas.
Para lá de isto tudo existe outra questão, é que Justin Trudeau, qual herói dos tempos modernos, tem um corpo e, para lá dos olhos claros e sorriso entusiasmado, tem também um redondo rabo. E isso confere-lhe humanidade. A ele mas, sobretudo, a nós.
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