João Braga: “Agora basta ser-se preto ou gay para ganhar Oscars” 

João Braga Fado Homofobia Portugal

João Braga, fadista português de renome, manchou-o ao publicar na sua página de Facebook que “agora basta ser-se preto ou gay para ganhar Oscars“, considerando a vitória de Moonlight na passada madrugada uma “distribuição de Trumps“.

Acontece  que se calhar o João Braga não recebeu o memo e não percebeu que é precisamente o contrário que a vitória histórica de Moonlight nos trouxe. Não basta ser-se branco ou heterossexual para ganhar Oscars, ou pelo menos já não tanto.

Da minha parte, e depois de outros nomes portugueses  terem explicitado a sua homofobia como reação a vitórias da população LGBTI (e, como tal, de tod@s nós), esta é já uma vitória de Moonlight, porque a pessoa  racista e o homofóbica é hoje muito mais fácil de identificar. Só nos resta agora refutá-las e combatê-las. Porque não temos outro remédio, não é mania, é princípio. De vida.

Atualização:

João Braga, para além de manter a publicação homofóbica e racista, insiste em afirmar que “os herdeiros de Estaline são mesmo avessos à liberdade de expressão!” Não, João, liberdade de expressão é poder responder a comentários como o seu. Liberdade de expressão é também saber lidar com isso sem acusar outrem de colocar a liberdade de expressão em risco. Tente argumentar, contrapor ou até refutar quem se opõe ao seu raciocínio. Simples, não é?

Atualização 28/02/2017:

O fadista apagou entretanto a sua publicação original. Fica, no entanto, o seu registo para memória futura.

18 comentários

  1. João Braga a exercer a sua liberdade de expressão, não sei onde está o mal, a impôr regras na forma de expressão, a liberdade em si deixa de ser exercida, óbviamente que com o seu comentário está a fazer uma depreciação a qualidade do filme “Moonlight” na sua falta de qualidade, usar um trend, moda ou orientação social agora é uma forma criativa de fazer arte, e ainda por cima a ser premiada? Nota-se que os tempos de hoje carecem mesmo criatividade na arte, prevalece o mau-gosto, o choque de expressão e a sua pretensa atitude de fazer tal em vez de realmente mostrar o que une o ser humano, independentemente da sua raça, genro ou orientação, aí sim reside a a originalidade para se usar nas artes.

  2. Ainda nao vi o filme e portanto não posso julgá-lo, porém ainda que nao tivesse qualquer qualidade, fazer tal comentário deixa claro que o que incomoda a pessoa não é esta falta de qualidade artística, porém a presença em posição de destaque de pessoas que o infeliz comentador preferiria nunca ver, ou sempre ver, mas em posição marginalizada. O que une a todos os preconceituosos é não terem com que alimentar a auto-estima para além de se sentir acima de grupos marginalizados (imigrantes, LGBTQ, pobres, etc.). O perigo destes tempos é que este traço de união, apesar de lamentável, reune cada vez mais numerosas legiões de infelizes para quem é mais fácil culpar outros pela própria sensação de derrota. Todos que conhecemos algo da história sabemos aonde isto leva.

  3. Mas as pessoas de hoje são estúpidas ou só parvas? Onde é que está o racismo e a homofobia na publicação dele? Ele por acaso está a fazer algum discurso de ódio, a dizer que os gays e os pretos não merecem ganhar óscares por serem quem são?
    Não me venham com tretas, porque é verdade que hoje em dia as pessoas querem esclarecer que não são racistas e homofóbicas e por isso a comunidade LGBT e as minorias étnicas ganham prestígio por causa disso. Ele constatou um facto: qualquer filme atual que seja feito a retratar pretos ou alguém da LGBT ganha os óscares automaticamente.
    E estão a acusá-lo de usar em excesso a sua liberdade de expressão, dizendo que ele não merece expressar-se?! João Braga não está a fazer um discurso de ódio, mas sim uma simples opinião!
    Concordo com o que o senhor disse e eu própria tenho amigos pretos (e até asiáticos), gays e bissexuais e respeito-os como respeito qualquer outro “branco hetero”. Ou vão acusar-me de também ser racista e homofóbica?
    Ficam ofendidos com tão pouco? Daqui a pouco já não se pode dizer e é a partir daí que perdemos a liberdade de expressão.

    1. só o fato de utilizares a palavra preto diz o quão ignorante e burra tu és . mas é típico do português dos povos mais burros e analfabetos da Europa. (provado cientificamente ).

  4. João Braga, os herdeiros de Estaline pensam como você. Esses e os que chocaram de costas com algum preto bem abonado e ficaram chateados por gostar.

  5. João Braga sempre disse coisas de gente ignorante, comentando, por exemplo, o papel da mulher na família e na sociedade; nem vale a pena repetir o que o ouvi dizer sobre este assunto. Agora é esta questão que está mais nos olhos do público, mas ele sempre foi totalmente parvo. Já o ouvi dizer tanto disparate. Típico de um bronco como ele é.

  6. Quem é João Braga, se metade dos portugueses no Mundo conhecem esse cara já deve ser muito. Com relação ao fado é o tipo de música que quando a caravela chega no meio do Oceano Atlântico todo mundo já esqueceu.

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