set de 7 #12

set de 7 #12

De vez em quando umas pessoas, que não trabalham habitualmente umas com as outras, partilham de uma ideia que consideram válida e interessante, e decidem pô-la em prática. Se esse grupo de pessoas for Sufjan Stevens, Bryce Dessner (dos The National), Nico Muhly e James McAlister, é muito provável que essa ideia esteja relacionada com música. É o caso, e a sua ideia foi criar um álbum em conjunto inspirado pelo sistema solar, “Planetarium”, a ser lançado em junho próximo. Este projeto surge na sequência de uma atuação ao vivo decorrida em 2013 em que estes artistas trabalharam conjuntamente, esperando-se que assuma um caráter experimental e provavelmente afastado do estilo musical que usualmente os caracteriza nas suas carreiras individuais, o que parece evidente nos singles conhecidos até à data, “Saturn” e “Mercury”, sendo com este último que se inicia o set de 7 desta semana.

MisterWives é o nome de uma banda indie pop nova-iorquina que encontrou o seu nome como uma referência irónica ao termo “sister wives”, uma prática de poligamia da comunidade mórmon, que permite a um homem casar com mais do que uma mulher. No caso desta banda os papéis invertem-se e é a vocalista Mandy Lee que é acompanhada de cinco membros do sexo masculino: Etienne, William, Marc, Jesse e Mike. Depois da sua formação em 2012, os MisterWives passaram algum tempo em digressão e a trabalhar no seu primeiro EP, “Reflections”, lançado em 2014, recebido com críticas favoráveis, tal como o seu primeiro álbum, “Our own house”, lançado em 2015. A música que integra a playlist desta semana é um dos mais recente singles do álbum que será lançado no mês de maio, “Connect the dots”, que aguça a curiosidade em relação ao que se seguirá.

Hannah Georgas é uma cantora e compositora que tem tido uma evolução de carreira bastante  positiva no seu país natal, Canadá, tendo sido nomeada para os prémios Juno em 2011 em várias categorias, entre as quais “Best new artist of the year” e “Songwriter of the year”, feito que repetiu em 2013 ao ser nomeada novamente para “Songwriter of the year” e, neste ano, também para “Best alternative album”, com o seu segundo álbum, intitulado simplesmente “Hannah Georgas”. Mais recentemente, em 2016, Hannah lançou o seu terceiro álbum, “For Evelyn”, dedicado à sua avó de 98 anos, como forma de reconhecer a inspiração que obtém dela e o respeito por uma pessoa que já teve tantas experiências durante um período de quase um século. De acordo com Hannah, este álbum surgiu num período de muitas mudanças, pelo que em todas as canções há um sentimento de instabilidade e ansiedade, reflexo da intimidade que o caracteriza.

STRØM é o nome de um projeto alternativo de um produtor e multi-instrumentalista sueco de 27 anos, que foi criado com o intuito de se afastar das estruturas musicais habituais, formando uma espécie de género híbrido, sem regras ou direção específicas. Ainda sem álbuns editados, a música que integra a playlist de hoje é um dos primeiros trabalhos a ser divulgados por este artista e que, embora não se caracterize por um afastamento drástico do que atualmente preenche o panorama musical atual, principalmente na esfera indie-eletrónica, é suficiente para querer ouvir os seus trabalhos futuros.

é Karen Marie Aagaard Ørsted, uma dinamarquesa cujo nome artístico, além de ser um acrónimo para as suas iniciais do primeiro e último nomes, é também a palavra dinamarquesa para “donzela” ou “virgem”, e que indica que o seu interesse na música surgiu primeiramente aos sete anos de idade, graças às Spice Girls (tendo inclusive já feito um cover de uma música destas). O seu álbum de estreia, “No mythologies to follow”, foi lançado em 2014, tendo sido recebido com críticas positivas e constituindo um exemplo dos melhores e mais originais álbuns de eletro-pop editados neste período. Sem prejuízo, foi a sua colaboração com outros artistas – Iggy Azalea no seu single “Beg for it”, ainda em 2014 e, principalmente, Major Lazer e DJ Snake com o single “Lean on”, em 2015, que a catapultaram para o sucesso internacional. O som associado a estes artistas mais mainstream e o sucesso que aí conheceu influenciaram o seu estilo musical, tendo em conta os singles entretanto lançados, em preparação para o lançamento do seu segundo álbum (que se espera para breve), perdendo um pouco da originalidade que caracterizava os seus trabalhos iniciais mas abraçando um som que mais facilmente chega a mais pessoas e que, apesar de um pouco diferente, não deixa de ser cativante. A música de hoje é o quarto single a ser retirado do segundo álbum e é a que, até agora, mais se aproxima do seu álbum de estreia, deixando a curiosidade em relação ao álbum completo.

Goldfrapp é um duo inglês formado em 1999 e que dispensa muitas apresentações. Alison Goldfrapp e Will Gregory, os nomes por trás de Goldfrapp, lançaram muito recentemente o seu sétimo álbum, intitulado “Silver Eye”, do qual a música que trago hoje é um dos mais recentes singles. Este álbum marca mais um passo no caminho que tem sido seguido até hoje, e que se caracteriza por uma variedade significativa nos sons que caracterizam cada álbum, que já passou pelo indie eletrónico com influências folk no seu primeiro álbum, “Felt Mountain”, de 2000, e novamente no quarto, “Seventh Tree”, de 2008, bem como pelo synthpop e glam rock em outros dos seus álbuns, “Black Cherry”, de 2003, “Supernature”, de 2005, e “Head First”, de 2010. Mais recentemente, o seu penúltimo álbum, “Tales of Us”, de 2013, apresentou um registo mais intimista que trazia alguns ecos do seu álbum de estreia, e em que houve um grande investimento na estética associada à música, com vídeos que eram, de uma certa forma, curtas metragens que refletiam a música e o ambiente na perfeição. “Silver Eye”, embora não sendo um álbum do género “best of” no verdadeiro significado do termo, acaba por ser uma espécie de “best of” dos vários estilos musicais que os Goldfrapp foram visitando, com mestria, até à data, trazendo uma coleção de músicas que trazem à memória vários elementos dos álbuns anteriores.

Ariana And the Rose é Ariana DiLorenzo e a banda que a acompanha. Esta nova-iorquina com ascendência italiana tinha ambições de seguir uma carreira como atriz, mas após escrever algumas músicas para outros artistas chegou à conclusão que poderia também criar para ela própria, e assim decidiu iniciar o seu próprio projeto. Este tem vindo a evoluir de acordo com a evolução da própria Ariana, que inicialmente adotou uma postura de cantora-compositora mas que evoluiu de acordo com as influências que foi recebendo, com as suas próprias descobertas musicais e com a reação do público à sua música, para chegar a um som que a própria caracteriza como indie synth, descrevendo Robyn e Goldfrapp como fortes inspirações. Tendo lançado o seu primeiro EP, “Retrogade”, em março passado, Ariana and the Rose não tem ainda planos para lançar um álbum completo, considerando que a parte mais importante de tornar a sua música conhecida é conseguir garantir que tudo o que venha a lançar seja um mundo em si próprio – visualmente, sonicamente, ou em qualquer outra dimensão – e que contribua para que o público conheça um pouco mais de si. Da nossa parte, ficamos à espera.

Este é o set de 7 #12.

Os destaques visuais desta semana vão para Goldfrapp e Ariana and the Rose, com os vídeos que acompanham as músicas da playlist de hoje. também tem este destaque visual, mas numa perspetiva diferente: trago-vos um pequeno vídeo sobre a própria MØ, que nos dá a conhecer um pouco de si e do sítio onde cresceu e onde trabalhou no seu primeiro álbum, num registo pessoal e interessante.

Enjoy!

[Goldfrapp – Systemagic]
Take a ride, light the sky
Make it burn, let’s be it, do it, celebrate it.

 

[Ariana And the Rose – Supercool]
She’s sure she’ll make it on her own.

 

[MØ: New Blood // Documentary]

Por zehtoh

i listen.

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