set de 7 #14

HAIM é um grupo de três irmãs norte-americanas: Este, Danielle e Alana, às quais se junta ainda o baterista Dash, que em 2013 lançaram o seu fantástico álbum de estreia, “Days are gone”. Quatro anos passados, uma eternidade no universo musical, surgem agora novidades, na forma de singles lançados em antecipação do álbum “Something to tell you” que sairá durante este verão, e dos quais se conclui que a essência musical que caracterizava o seu primeiro álbum se mantém inalterada. Como prova, fica este maravilhoso “Want you back” a começar a playlist desta semana.

Há um tema recorrente nas músicas de RIVRS, que é a forma inesperada e misteriosa como se processa o amor. Charlotte e Fin, os nomes por trás de RIVRS, incorporam sons eletrónicos em histórias de amores obscuros e criam produções atmosféricas em torno de histórias de paixão e perda ilustrados com a voz característica de Charlotte. RIVRS pretende continuar a abordar esta temática, apontando como conceito para um futuro álbum de estreia o acompanhamento de uma relação amorosa, desde o seu início até ao final. Para já, há sempre a possibilidade de explorar um pouco mais com o seu EP de estreia, “Falling”, lançado no ano passado.

Bleachers é o nome artístico de Jack Antonoff, que também faz parte das bandas Steel Train e Fun, e que se caracteriza por uma sonoridade indie pop com muitas influências dos anos 80 e 90. A criação desta persona artística surgiu durante um período de digressão com Fun, em que Antonoff decidiu aventurar-se na criação de música original durante os períodos entre cidades, não tendo no entanto partilhado as suas criações com o público em geral. Sem prejuízo, o passar do tempo levou a que a sua produção musical adquirisse mais importância e se tornasse uma característica distintiva do próprio Antonoff, pelo que a criação de uma forma de se apresentar ao público de forma individual foi justificada, levando ao surgimento de Bleachers, com o seu álbum de estreia de 2014, “Strange desire”. “Don’t take the Money”, que vem acompanhado de um videoclip original, à falta de melhor adjetivo, é um dos singles do mais recente álbum, “Gone now”, a ser lançado no início de junho.

Amber Coffman já emprestou a sua voz a muitos outros artistas, como por exemplo Rusko ou Snoop Lion, em colaborações com resultados francamente positivos, e das quais destaco “Get Free”, em que trabalhou com Diplo e Major Lazer. Além disso, Amber foi também a vocalista e guitarrista da banda indie rock Dirty Projectors durante algum tempo, tendo a sua participação nesse projeto terminado com o final da sua relação com David Longstreth, um dos mentores da banda. É neste enquadramento que surge “All to myself”, uma espécie de desafio à solidão e ao encontro de força na individualidade, um dos singles que têm vindo a ser lançados em antecipação do álbum de estreia a solo de Amber, “City of no reply”, que será lançado durante o próximo mês.

Serena Ryder cresceu no Canadá, a ouvir velhos discos dos Beatles e de Leonard Cohen que encontrou na coleção dos pais. Aos 7 anos cantava covers em concertos em associações, aos 11 começou a escrever sobre tudo o que não conseguia expressar numa conversa, aos 13 recebeu uma guitarra, oferecida pelo seu padrasto, o que a levou a focar os seus esforços na criação de música ao perceber que poderia juntar a poesia que escrevia a uma música e assim explorar todo um novo mundo. 15 anos mais tarde, em 2008, Serena recebeu o prémio Juno para “Best new artist of the year” e atualmente é uma artista consagrada, com especial relevo no seu Canadá natal, que em maio lançou o seu mais recente álbum, “Utopia”, o sexto da sua carreira, e do qual a música de hoje, “Killing time”, é um dos singles.

Charlotte O’Connor, que descreve a sua música como influenciada por sonoridades gospel, soul, house e eletrónicas, já foi descrita como uma fusão entre Bat for Lashes, Stevie Nicks e Adele.  Charlotte acredita que a principal transformação na sua criação musical se deu quando começou a escrever para ela própria e não para corresponder às ideias de outras pessoas sobre o que ela deveria ser e que, estando livre das restrições das expectativas comerciais, encontrou finalmente a sua voz, tendo adotado o nome artístico de Charlotte OC. O resultado foi positivo, tendo recebido bastantes críticas favoráveis e sido inclusive sido identificada como “tipped for success” ou “one to watch” por publicações da especialidade. Após ter lançado três EPs (“Colour my heart”, em 2013, “Strange”, em 2014 e “Burning”, em 2015, do qual faz parte a música que trago hoje), Charlotte OC lançou muito recentemente o seu álbum de estreia, “Careless People”.

Matt Canham e Abi Dersiley conheceram-se aos 11 anos e estabeleceram uma amizade graças a uma paixão partilhada por filmes de terror, Massive Attack e Talking Heads. Atualmente formam o duo Plaitum através do qual se dedicam à música numa sonoridade eletro-pop com alguns laivos de obscuridade e de sintetizadores que acrescentam textura e que se afasta um pouco da sonoridade mais mainstream atual. A música que integra a playlist de hoje explora essa obscuridade, procurando criar uma música com inspirações dos anos 90 com a qual “(…) you can get wasted to and dance around like the world has ended and you want a good night of lust and debauchery”. Palavras deles, não minhas, mas fica a sugestão.

Este é o set de 7 #14.

 

Os destaques visuais desta semana vão para Bleachers, Amber Coffman, Charlotte OC e Plaitum, em que as diferentes abordagens musicais se tornam evidentes também nos vídeos que as acompanham.

[Bleachers – Don’t Take The Money]
You steal the air out of my lungs.

 

[Amber Coffman – All to Myself]
I’m so tired and I know why I spent too long
Trying to change all these thing I can’t control
And now I finally let it go.

 

[Charlotte OC – On & On]
My heart is tired.

 

[Plaitum – MYO]
Just take your time
Don’t let go
Your lips on mine, melting me.

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