Poderá a Alemanha estar perto de dizer “SIM” à igualdade no acesso ao casamento?

ACTUALIZAÇÃO: Foi aprovado hoje o casamento entre pessoas do mesmo sexo na Alemanha. O Bundestag, parlamento alemão, votou pela legalização do casamento com 393 votos a favor, 226 contra e 4 abstiveram-se. No entanto a chanceler alemã Angela Merkel votou contra, afirmando que espera que a decisão do Bundestag traga paz à Alemanha. 

É uma decisão de consciência“. Foram estas as palavras que iniciaram a avalanche, por parte de Angela Merkel na passada segunda-feira acerca da igualdade no acesso ao casamento. Merkel, que sempre tinha reportado para segundo plano assuntos de igualdade dos direitos de pessoas LGBTI, totalmente fora da agenda política e da própria ideologia do partido conservador que lidera, a União Democrata Cristã. Fica então aparentemente levantada a obrigatoriedade de disciplina de voto no que toca ao casamento entre pessoas dos mesmo sexo e a possibilidade de cada um votar consoante as suas crenças. Não religiosas, mas políticas e de consciência social.

O rival mais à esquerda de Merkel, Martin Schulz do Partido Social Democrata, e que com ela irá batalhar o seu quarto mandato, aproveitou de imediato o momento para demonstrar publicamente e via Twitter – onde se lê “Casamento para Todos: Já!” (em baixo) o apoio às pessoas LGBTI e empurrar a igualdade no acesso ao casamento para o Bundestag, Parlamento alemão, e obrigá-lo a pronunciar-se sobre o assunto ainda esta semana.

A Alemanha é das últimas potências europeias ainda com uma série de (graves) limitações na aceitação judicial e social das pessoas LGBTI, fruto do domínio de Merkel e da sua União Democrata Cristã e do partido-irmão bávaro – que parece ter ficado incomodado com este levantamento da imposição do voto por parte da chanceler. Longe do “Bem-vinda à modernidade” anunciado no periódico berlinense Tagesspiegel, parece ser um primeiro passo (inocente e não comprometido) numa viragem de atitude de Merkel. E também da própria Alemanha, ainda muito pouco laica na sua vida política e distante da liberdade contagiante de uma cidade como Berlim. Aguardemos então as movimentações no Bundestag mas, por enquanto… wunderbar!

1142780.jpeg

Fontes: Público, Diário de Notícias