Egito: 33 Pessoas Presas Por Erguerem Bandeira Arco-Íris Em Concerto

Pelo menos 33 pessoas foram presas desde o dia 23 de setembro no Egito, desde que um um grupo de pessoas ergueu em pleno concerto no Cairo uma bandeira arco-íris, num momento raro de apoio aos direitos da população LGBTI no país.

Foi anunciada uma investigação depois dos meios de comunicação locais terem lançado uma campanha altamente crítica contra aqueles e aquelas que ergueram a bandeira do Orgulho LGBT no concerto da banda libanesa de rock indie  Mashrou ‘Leila e cujo cantor principal é assumidamente homossexual e ativista.

Na segunda-feira, a polícia prendeu Ali FarajAhmed Alaa e Sarah Hegazy, sendo esta a primeira mulher envolvida neste tipo de incidentes em anos no país.

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Alaa e Hegazy foram acusados ​​de integrar “um grupo formado contra a lei“, tal como “propagar as ideias desse mesmo grupo“. Hegazy enfrentou ainda uma nova acusação de “promover desvios sexuais e deboche” e o Supremo Procurador da Segurança do Estado ordenou que sejam detidos por 15 dias.

Dois homens foram presos anteriormente em relação ao incidente da bandeira, mas um foi libertado. As detenções restantes não estiveram relacionadas com o incidente, mas todas se deveram à percepção da orientação sexual dos réus.

Pelo menos 16 homens foram presos em final de setembro e todos eles foram julgados no domingo passado e acusados ​​de “promover desvios sexuais” e “deboches“, eufemismos para a homossexualidade. O veredicto será conhecido a 29 de outubro.

Anteriormente, um homem foi condenado a seis anos de prisão por acusações similares.

Embora a homossexualidade não seja especificamente proibida no Egito, a sua sociedade é conservadora e a discriminação frequente. Os homens homossexuais são frequentemente presos e acusados ​​de deboches, imoralidades ou blasfémias.

Os presos são submetidos a exames anais para determinar se eles tiveram sexo com outros homens, realidade a que os grupos pela defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional e Human Rights Watch afirmam ser de pura tortura.

Numa questão de dias, as forças de segurança egípcias reuniram dezenas de pessoas e realizaram cinco exames anais que sinalizavam uma escalada acentuada nos esforços das autoridades para perseguir e intimidar membros da comunidade LGBTI após o incidente da bandeira do arco-íris“, disse Najia Bounaim, da Amnistia Internacional.

Fontes: Reuters e Twitter.

Nota: Obrigado à Sandra e à Mariana 🙂