Candidato Às Presidenciais Brasileiras Jair Bolsonaro: “A Maioria Dos Homossexuais Vota Em Mim!”

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Embora afirme que a homossexualidade não é uma doença, o candidato às presidenciais brasileiras Jair Bolsonaro que tem sido acusado de ser homofóbico durante anos questiona, aliás, “quem é que não tem um amigo gay?” E acrescenta que “hoje em dia a maioria dos homossexuais vota em mim!

Acontece que este político brasileiro tem defendido a discriminação na dádiva de sangue por parte de homens homossexuais e que umas ‘palmadas’ dadas a crianças podem ‘corrigir’ a eventual homossexualidade delas. Ainda assim, Bolsonaro diz que se as pessoas ‘decidirem'(!) ser homossexuais serão felizes, mas colocar a homossexualidade, por exemplo, nas escolas públicas, “eu não admito!

Não podemos admitir que crianças se tornem homossexuais ou tenham esse comportamento homossexual no futuro por influência da escola. Isso é inadmissível!

Não queremos chegar a casa e encontrar um nosso filho a brincar com bonecas por influência da escola. Queremos que a criança cresça saudável e que vá ser alguém no futuro que seja útil à nação, a opção sexual (!) dele não cabe a nós. A escola não é local para se aprender sexo!

A ignorância e o preconceito espelhados nas suas afirmações, de agora e do passado, são especialmente perigosas para a liberdade da população LGBTI do Brasil e o foco na (des)educação das crianças e respetivas famílias é grave. São estas crianças que mais precisam de apoio e proteção quando enfrentadas com discursos homofóbicos como o do candidato que, no limite, só poderão levar a ações de violência contra estas crianças e suas famílias.

Bolsonaro opôs-se à criminalização da homofobia no Brasil, respondendo de forma irónica, que “deveria haver uma lei para criminalizar a carecofobia, flamingofobia, magrelofobia” e, de forma algo perturbadora, focando-se no sexo “pelo orgão excretor“, como se ele soubesse exatamente o que é que, presumo, dois homens fazem na sua intimidade – duas mulheres nem entram no seu discurso, como bom exemplar de machista.

Esta tentativa de aproximação ao eleitorado LGBTI já foi tentado, com algum grau de sucesso, por outros agora presidentes. Há que perceber as consequências que este tipo de ideais são um ataque aos direitos fundamentais das pessoas, sejam ou não LGBTI, que se baseiam em puro preconceito e discriminação. O Brasil pode – e merece – melhor, muito melhor.