Foi ontem anunciada a candidatura à liderança da JSD pela Margarida Balseiro Lopes, atual deputada do PSD. Esta é uma notícia que potencialmente pode alterar a perspetiva da direita política nacional em vários níveis: para começar, poderá tornar-se na primeira mulher a liderar a Juventude Social Democrata e o que tudo isso tem de simbólico sobre o papel da mulher na política nacional; é também uma candidata que, em 2015 e contra o movimento interno do seu partido, votou a favor da adoção de crianças por parte de casais do mesmo sexo.
Margarida votou a favor na votação na generalidade da adoção por casais do mesmo sexo em Novembro de 2015 e votou a favor na votação final global em Dezembro de 2015, juntando-se assim a 18 deputados e deputadas do PSD (então no Governo) que contrariaram o voto ou a abstenção da restante bancada (83 no total).
Votei a favor porque acredito que a orientação sexual de quem adota não pode ser critério para retirar às crianças a possibilidade de terem uma família. No século XXI, não pode subsistir qualquer discriminação em razão da orientação sexual.
São estas as palavras introdutórias à declaração de voto que partilhou com o deputado Cristóvão Simão Ribeiro e que contrastam com declarações de antigos líderes da JSD. Nomeadamente Duarte Marques que considerou que “só um louco acharia ser uma prioridade” a criação de um Dia Nacional Contra A Homofobia.
Esta poderá ser uma mudança realmente bem-vinda à Direita portuguesa, uma ala que entende que no que toca aos direitos humanos importa que estejamos todos e todas sobre a mesma cor. E a do arco-íris cai tão bem em qualquer bandeira partidária que se digne à defesa dos direitos humanos.
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