Abel Matos Santos: “Mudar o que está mal e manter o que está bem!”

Sou contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, contra o aborto, contra a eutanásia, sou a favor da vida. Em suma, sou conservador nos costumes, porque ser conservador é mudar o que está mal e manter o que está bem!“, é assim que se definiu esta semana Abel Matos Santos, psicólogo no Hospital de Santa Maria na área da sexologia e militante do CDS.

Pergunto, onde está o mal no casamento entre duas pessoas do mesmo sexo? Onde está o mal na interrupção voluntária da gravidez nos termos da lei? Onde está o mal na decisão lúcida de um fim de vida digno? Quem não é a favor da vida, livre, digna e em igualdade?

Como se mantém o que está bem? Bloqueando o casamento a pessoas do mesmo sexo? Impedindo as mulheres de controlar e proteger o seu corpo? Seguindo uma lógica de sofrimento vão?

O que é ser a favor da vida quando nos opomos a todas estas ideias? Seremos a favor da vida quando rejeitamos a vida de outras pessoas? Seremos a favor da vida quando nos opomos à lei que permite a interrupção voluntária da gravidez e que, como consequência direta, salvou a vida de milhares de mulheres em Portugal? Seremos a favor da vida quando impomos a nossa visão do que é viver a terceiros?

Quem vê a vida como uma dualidade entre polos dificilmente entende a diversidade, a pluralidade e, sim, a beleza das nossas vidas. Vivamos e deixemos viver.

4 comentários

  1. Abel Matos Santos está equivocado na sua definição de “conservador”. E decerto confundido quanto a perspectivas sobre o “bem” e o “mal”, a que faz uma referência transversa, sem definir o que seja de facto (para ele) o “bem” e o “mal”. Quando a confusão mental é muita, o diálogo torna-se inviável.

    1. Partilho a mesma dificuldade em compreender as razões por trás daquelas declarações, especialmente quando vindas de alguém com a responsabilidade do Abel. Completa falta de empatia naquelas palavras.

  2. Sou testemunha de vivência em comunidade desta natureza, Confesso: não correu bem. Nada Mesmo! Quanto as declarações do Sexologista e o completar de Pedro José. Não pode entender, porque o Abel Santos, parte de uma base cristã e não de uma necessidade humana, que vem de sentimentos, por vezes a necessitar de beber das fontes da vida: a plenitude de Deus na nossa essência.

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