Muitas são as histórias de coming of age que recheiam o cinema e em particular o cinema queer. A descoberta da sexualidade, juntamente com todas as peripécias e torturas típicas da puberdade são o cenário ideal para ilustrar as dores de crescimento para a idade adulta. Blue My Mind, da realizadora suíça Lisa Brühlmann, é isso mesmo: a história de Mia, uma adolescente que se é confrontada com as mudanças que estão a acontecer no seu corpo e mente, enquanto vive o seu quotidiano em tentativas perpétuas de agradar as suas pares e rebelar-se contra os pais.
Blue My Mind é efetivamente a típica história de uma adolescente e na realidade não tem muito mais a ofertar a nível de exposição da mesma do que já se viu ao longo das últimas décadas em filmes da linhagem de Thirteen de Catherine Hardwicke. Mas existe aqui um twist em que a dismorfia corporal, recorrentemente experienciada enquanto se vê o corpo mudar de forma irreversível. Esse twist, infelizmente presente no trailer, é subversivo e muitas vezes chocante. E tornam Blue My Mind num filme ligeiramente mais interessante do que na realidade é.
