Regina Duarte: “A homofobia de Bolsonaro é da boca para fora”

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Dias depois de ter incendiado as redes sociais com a sua imagem ao lado de Bolsonaro, a atriz Regina Duarte volta agora a reforçar o seu apoio ao candidato brasileiro. Numa entrevista ao Estadão, explicou que, após o ter conhecido pessoalmente e durante 65 minutos, encontrou “uma pessoa doce, um homem dos anos 1950 que faz brincadeiras homofóbicas, mas é da boca para fora“. Acrescentando ainda que este é “um jeito masculino que chama o brasileiro de preguiçoso e que o lugar do negro é na cozinha.

Afinal não é assim tão mau como parece, é isso? Afinal de contas é apenas “um jeito masculino”, sem qualquer valor ou impacto nas pessoas que o ouvem. Será? Ainda que, nalgum universo paralelo, imagino, fosse realmente apenas da boca para fora, que significado teriam essas palavras? Que peso teriam na população brasileira? A quem seriam dirigidas? Difícil acreditar que haja quem não perceba o simbolismo de uma palavra, ainda para mais em política. Mais, questionemo-nos que repercursões terão essas mesmas ofensas na normalização do insulto e do preconceito?

Quando souberam que ele ia se candidatar, começaram a editar todas as gravações e também a provocá-lo para que reagisse a seu estilo, que é brincalhão, machão. Daí fica a imagem de um homem tosco, bruto. Acredito que 80% dessas reações eram brincadeiras dele.” E as restantes 20%, pergunto? E o estilo machão, é desculpável num país que sonha em progresso?

Quando notei o tamanho da adesão desse país ao Bolsonaro pensei: eu sou esse país, eu sou a namoradinha desse país.” O país é também aquilo que fazemos dele e para ser namoradinha de alguma coisa não precisa, definitivamente, ser rainha da sucata.

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