Começa hoje o festival LEFFEST e a aposta na diversidade no cinema

Começa já hoje a 12ª edição do LEFFEST – Lisbon & Sintra Film Festival – naquela que é a maior montra de cinema a nível nacional. De 16 a 25 de Novembro inúmeros filmes irão ser mostrados, dentro e fora de competição, bem como feitas retrospectivas a realizadores como David Lynch, Mike Leigh João Botelho e Walter Salles, este último presidente do júri desta edição, que terá lugar entre os Cinemas Monumental em Lisboa e o Centro Cultural Olga Cadaval em Sintra.

Cada vez mais precisamos de abordar as questões de género de forma transversal e não segregadas a um espaço específico. Por isso há que fazer confrontar a perspectiva única trazida pela arte e em particular da forma como nos vemos representadas e representados num grande ecrã, tão importante para a identificação de pares e de vivências. A programação do LEFFEST é extremamente diversa e esperamos com particular interesse alguns dos filmes que lá vão ser apresentados.

Suspiria (2018) de Luca Guadagnino

As Herdeiras de Marcelo Martinessi, que valei a Ana Brun o prémio de Melhor Actriz no Festival de Berlim, relata a história de um casal de mulheres no Paraguai que vê a sua riqueza ameaçada e a ter de delinear novos planos para uma relação que já dura há 30 anos. Luca Guadagnino, realizador de Call Me By Your Name, apresenta agora Suspiria, remake do filme de terror de Dario Argento com as suas atrizes fetiche Tilda Swinton e Dakota Johnson .O feminismo e a metaforização das bruxas e feiticeiras enquanto empoderamento das mulheres serão os focos centrais desta experiência visceral. Ainda no seguimento de Call Me By Your Name, o LEFFEST irá também apresentar em primeira mão o filme Beautiful Boy de Felix van Groeningen, que está a valer a Timothée Chalamet nova atenção para os prémios da indústria nesta caracterização de um jovem a lutar contra a sua toxicodependência. Vox Lux, de Brady Corbet, aborda também as agruras da adolescência, desta vez em contexto específico de um massacre numa escola nos Estados Unidos que leva à radicalização de uma das suas sobreviventes, interpretada por Natalie Portman, através da arte e da música. Do outro lado do espectro do género e na abordagem de novas formas de olhar a masculinidade está Os Irmãos Sister, de Jacques Audiard com Joaquin Phoenix, Jake Gyllenhaal e John C. Reilly, um Western que promete apagar os limites deste género tantas vezes tão tóxico e misógino.

São apenas alguns dos destaques possíveis de fazer num programa tão vasto pelo que convidamos a consultarem o programa no site oficial. Não esquecendo que queerness e David Lynch sempre andaram de mãos dadas e por isso teremos de acompanhar com particular atenção esta homenagem feita ao realizador norte-americano. Bons filmes!

Por Nuno Miguel Gonçalves

I lived once. And then I lived again.

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