Chris(tine and the Queens) no Super Bock Super Rock 2019

A Christine and the Queens, Chris, vem a Portugal no dia 19 de julho ao Super Bock Super Rock! A sorte que temos!

Héloïse Letissier, do seu verdadeiro nome, foi para Londres curar um desgosto, uma depressão, com pouco mais de 20 anos. Aventurou-se em clubes noturnos e foi num desses clubes, “Madame Jojo´s”, que ela conheceu umas Drag Queens que, segundo ela, salvaram-lhe a vida. Deram-lhe a coragem para cantar e a força para abraçar um projeto pessoal, e foi o que ela fez quando voltou para França, o seu país natal. Criou o que seria o seu alter-ego, a sua persona: Christine And the Queens que agora  é Chris. “The Queens” eram as Drag Queens que ela conheceu. A ideia de se juntar às Drag Queens não foi para a frente, no entanto, ela seguiu e escreveu no seu quarto o seu primeiro álbum que podia ser um fiasco, mas não foi,  foi um sucesso! “Christine”, “Tilted” em inglês passou em todas as televisões, foi, aliás, num canal de música que a descobri a dançar num fato preto, em cima de uma grande caixa numa atmosfera em tons de azul. Fiquei fascinada. A partir daí procurei conhecer melhor o seu trabalho.

“Chaleur humaine” é fenomenal. Mistura o inglês com o francês em algumas canções. As suas letras falam dos desajustados, das lutas internas, da dificuldade de encaixar nas normas sociais e de feminismo. Ela própria não se integrava e encontrou na música uma forma de se libertar. É um álbum mais intimista.

“Chris”, o seu segundo álbum, saiu em 2018, em francês e em inglês, e foi o álbum do ano para o The Guardian no meio de tantos artistas. É mais externo, mais político, mais ativista e mais sexual. Fala do prazer feminino, da homofobia, do desejo, da perda de tudo, de bullying, de preocupações atuais e globais. É um álbum mais sexy. A música “Girlfriend” foi nomeada melhor canção para os BRIT Awards 2019, ao lado de grandes nomes como Ariana Grande, Camila Cabello, Cardi B e Janelle Monáe. “Chris” é uma homenagem aos seus artistas favoritos. Ela mistura toda a efervescência de temas com a influência de artistas dos anos 80 com sonoridades atuais. Artistas franceses, ingleses, muitos deles irreverentes na sua expressão. Serge Gainsbourg é um deles.

Christine and the Queens é uma autora/compositora e produtora francesa, que conquistou o mundo com a seu primeiro álbum “Chaleur Humaine”. Conquistou o mundo, conquistou o seu país natal a França, conquistou a Inglaterra, país dos Beatles e de David Bowie e a América, país de Beyoncé e de Madonna. Madonna, alías, gosta muito do seu trabalho, de tal forma que replicou o final de “Saint Claude” nos Grammy Awards em 2015. 

É verdade que esta pequena francesa conquistou o mundo, mas falta Portugal, faltamos nós. Precisamos de a acolher como se se tratasse de uma das melhores estrelas planetárias, e sim, vale a pena. Lana del Rey vem dia 18 de julho e Chris vem dia 19 de julho.

Há muito por dizer sobre ela para vos convencer. É jovem, usa os cabelos curtos, é masculina, feminina, mandona, aguerrida, atrevida, malandra, assertiva, divertida, mas, sempre com uma mensagem pertinente. A primeira, a principal, é a sua emancipação como mulher, uma luta feminista consciente, com a sua persona e as suas músicas mais ousadas.  Ela não tem medo de quebrar as convenções, assume-se pansexual, “Queer”, ela gosta de confundir as pessoas e de emancipar os/as mais frágeis.  Dançou de fato e agora canta apenas com uma camisola exibindo o seu sutiã. Ela reivindica a liberdade de amar quem quer e de ser diferente sempre que ela quiser. Ela cria um espaço de liberdade onde todos podem expressar-se e serem livres.

Ela é uma lufada de ar fresco, uma artista de grande calibre que como por magia enche a vida de muitas pessoas. E como olhar para o mundo de hoje? Só se for de mãos dadas aos nossos amigos, às luzes das nossas vidas, às pessoas que nos querem bem e às pessoas que como Chris, nos fazem bem, porque são o bem dentro delas.

Muito mais há por dizer, mas, penso que o melhor mesmo é ir ao seu concerto. Já vi na net e é grandioso. É um show trabalhado e pensado ao minuto, é uma perfecionista. Ela dança, constrói atmosferas, quadros lindo para cada música. Os meus preferidos são: “The Stranger” e “Doesn´t Matter”. 

Vamos ver Christine & The Queens, Chris!

Quem vem comigo?

Ana Chaparreiro

Fontes: The Fader e Billboard.


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