O (Novo) Orgulho LGBT de Taylor Swift

Dificilmente se chega ao estatuto de Taylor Swift sem se fazer alguns inimigos pelo caminho. Que o diga Katy Perry. De country diva a pop princess, o percurso de Swift tem tido tantas peripécias como sucessos, mas a realidade é que nos dias de hoje poucas estrelas femininas lhe fazem frente nos charts. Muitos parecem esperar a sua queda desde o mastodôntico 1989, mas a realidade é que isso ainda não aconteceu, ainda que estes últimos lançamentos possam estar longe do estrondo imediato de há uns anos.

O que é aqui relevante e matéria de discussão é que Taylor Swift, que sempre se desviou de fazer comentários políticos com medo de alienar o seu público (gigante) mais conservador. Chegou a dizer que não se considerava feminista e nunca apoiou abertamente a comunidade LGBT, ainda que esta componha grande parte do seu público mais fervoroso. Até agora. Pela primeira vez Swift opôs-se fortemente ao Presidente Donald Trump numa carta pública rejeitando a posição da administração em relação às pessoas LGBT e a suplicar aos Senadores conservadores do seu estado-natal do Tennessee que passem o Equality Act, entretanto aprovado em Congresso mas ainda sujeito a ser chumbado em Senado, que visa proteger pessoas LGBT de perseguição e discriminação em ambiente laboral, familiar e escolar.

Há quem afirme que esta posição peca por tardia e que Swift se está apenas a juntar a um movimento já há muito em andamento. Mas agora Taylor Swift joga outra cartada com o novo single “You Need to Calm Down“, deliberadamente a apontar as celebrações do Orgulho de Junho, em que tenta desviar o ódio dirigido à comunidade LGBT com uma atitude positiva, paciente e repleta de alegria. Mas o video lançado hoje é o que melhor ilustra Swift nesta sua nova afirmação pessoal. Nele vemos a cantora a viver numa comunidade colorida e orgulhosa, apesar de frequentemente a ameaçada por protestos de ódio e intolerância. Conta com a participação de inúmeras celebridades LGBT: o seu coreógrafo Todrick Hall, os cinco do Queer Eye, a ativista trans Laverne Cox, o medalhado olímpico Adam Rippon, o vanguardista Billy Porter, RuPaul e o cast de Drag Race, entre muitos muitos outros e outras. A mais surpreendente não deixa de ser Katy Perry, a sua arqui-rival há quase uma década, num claro gesto de enterrar o machado de guerra.

A visibilidade que Swift traz à comunidade LGBT – enquanto se auto-promove, é certo – não pode ser vista de outra forma que não positiva. Podem-se questionar as intenções; como sempre, afinal ela própria se auto-denominou como “rainha das cobras” até ao último disco. Mas o efeito que alguém com uma legião de fãs tão gigante e diversa traz (e que chega a recantos onde ainda mora o ódio e a intolerância), numa altura em que clamamos por representação e aceitação, não deve ser descartado. Merece até ser celebrado. Feliz Mês do Orgulho também para ti TayTay.

Fonte: PinkNews

5 comentários

  1. Gosto! Só um pequeno comentário: o Equality Act só foi aprovado no Congresso, aqui a Taylor Swift pede que assinem uma petição para pressionar o Senado para que também aprove. Como é de maioria republicana é duvidoso que tal venha a acontecer, e mesmo que o Senado aprove o Presidente ainda pode reprovar.

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