Ursula von der Leyen: quem é a nova presidente da Comissão Europeia?

Não é preciso citar estudos nem grandes teóricos para se chegar à conclusão de que são necessárias mais mulheres em cargos de poder. Aliás, trata-se de uma questão de igualdade de género e de oportunidades. E, também, porque acredito que a visão feminina faz falta num meio que é dominado pelos homens. Neste caso, trata-se da política e da governação europeia.

Ursula von der Leyen tinha uma carreira na medicina e, agora, vai ser a nova presidente da Comissão Europeia, aprovada por maioria no Parlamento Europeu. Tal decisão já era esperada há algum tempo, devido à aliança que tem com Angela Markel. Ainda que a sua área de formação seja na ginecologia, as lides da política já não lhe são estranhas. Entre 2003 e 2005 foi Ministra de Estado e tinha como principal objetivo criar leis parentais para que os pais tivessem licenças pagas e ainda aumentar o tempo livre para as mães.

Tendo sido alvo da oposição mais conservadora dos democratas, é uma defensora dos direitos humanos e feminista por natureza. Tem sete filhos e esse é um dos motores que a leva a defender o direito à manutenção da família. Acredita que “as mulheres não são melhores, só diferentes. Se a sociedade for esperta aposta na diversidade e torna-se resistente, proativa, confiante e capaz de correr riscos”, frisou numa conferência dedicada a mulheres, em 2015.

Nasceu na Bélgica, há 60 anos, mas é na Alemanha que exerce, desde 2013, o cargo de Ministra da Defesa. Em 2010 também foi eleita uma das quatro vice-ministras da chanceler alemã. Com o seu trabalho e influência, conseguiu implementar diversas leis. Entre as quais criar a Lei de Proteção das Crianças, que reservava €4,3 milhões para a criação de estruturas infantis por todo o país ou a criação de creches para os filhos dos soldados e fez coincidir os finais das missões com as férias escolares dos filhos, assim como criar quartéis mais atrativos e aumentos salariais para missões de risco. Nos últimos anos, fez vários discursos nos quais se demonstrou a favor das minorias sexuais e de género nas forças armadas alemãs.

A Comissão Europeia é o espaço por excelência onde se debate e defende os interesses da União Europeia, incluindo os da comunidade LGBTI. Deste modo, uma visão feminina no poder vai ser determinante no que toca à criação de leis para a igualdade de género. Não nos esqueçamos que recentemente o o grupo do PSD e CDS se posicionou contra o ensino da igualdade de género nas escolas. Deste modo, poderá ser interessante estar atento ao percurso de uma mulher que, a partir de 1 de novembro, desempenhará um cargo de relevo numa Europa que ainda está a aprender a educar, ensinar e incluir.

Fonte: Expresso, Queer.de


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