Kim Petras: “As pessoas trans sempre existiram e sempre existirão, não é uma moda”

Há um ano a cantora e compositora alemã Kim Petras fez seu primeiro concerto no Reino Unido para 200 pessoas em Londres. Este fim de semana o seu nome juntou-se ao da Ariana Grande para cantar em frente de milhares no Manchester Pride.

É apenas um ano louco“, recorda a estrela transgênero. “Agora as pessoas sabem de mim e eu tenho uma base de fãs muito maior, eu posso fazer esses festivais e eventos incríveis como o Manchester Pride.”

Petras tornou-se conhecida aos 13 anos de idade quando participou num programa de televisão alemão sobre identidade de género. Aos 16 anos fez uma cirurgia de mudança de sexo.

Desde que se mudou para a América, começou a escrever canções e algumas delas foram lançadas por outros artistas. Foi em 2017 que lançou o seu primeiro single, I Don’t Want it All, e Petras tornou-se numa estrela pop do grande público internacional, tendo lançado o seu último LP este ano, entitulado Clarity.

Eu senti-me suicida no início da minha vida“, disse Petras ao saber que nasceu no corpo errado a partir dos dois anos de idade. “Achei muito difícil. Sabia desde muito cedo que era uma rapariga, mas a parte mais difícil foi convencer o mundo de que era real.” O seu percurso escolar também não foi fácil, “costumava odiar a minha vida na escola, era muito maltratada.

Kim sente-se hoje grata pela plataforma que lhe foi dada e como se tornou numa modelo para outras crianças trans, “comovo-me quando as pessoas me dizem que as inspirei a sair do armário ou a fazer a transição“.

A reação à crescente visibilidade da comunidade trans tem visto algumas pessoas questionarem as suas identidades, como se fosse algum tipo de escolha ou fase – atitudes que Kim quer combater através da educação.

As pessoas trans sempre existiram e sempre existirão, não é uma moda”, disse. “Se as pessoas querem ser ignorantes e continuar a afirmá-lo, então são apenas isso, ignorantes. A solução passa por educar as pessoas sobre o assunto. Um único parágrafo num livro escolar, isso ajudaria imenso“, rematou.

Fonte: Manchester Evening News.