França: Crimes homofóbicos reportados aumentam 36%

Uma faixa homofóbica num jogo de futebol em agosto do ano passado.

Dados divulgados em semana de IDAHOT mostram um aumento de 36% de nas ofensas reportadas.

Ataques e insultos homofóbicos em França aumentaram 36% no ano passado, segundo dados divulgados pelo Ministério do Interior, levando o Governo a falar numa “ancoragem” da homofobia no país.

Os números divulgados no sábado mostram um aumento constante de ofensas. Em 2019, a polícia identificou 1.870 vítimas de crimes homofóbicos ou transfóbicos, em comparação com 1.380 em 2018, representando um aumento de 36% no número de vítimas de atos LGBTIfóbicos, informou o ministério em comunicado. Ativistas descreveram 2018 como um ano terrível, com um nível inigualável de violência física contra pessoas LGBTI.

Estes números testemunham a profunda ancoragem da homofobia e transfobia na sociedade“, disse o ministério francês, acrescentando que eles fazem parte de um aumento mais amplo dos “atos de ódio e extremismo de identidade“.

Os insultos constituem 33% dos crimes, enquanto a violência (física e sexual) representa 28% das queixas. As vítimas são principalmente homens – 75% – com 62% dos delitos cometidos contra menores de 35 anos.

As associações LGBTI francesas afirmam que, ainda assim, os números não contam a história toda, pois muitas vítimas não denunciam os crimes à polícia.

O relatório mostra que os incidentes de homofobia estão espalhados por todo o país, com 36% das reclamações a surgirem nas grandes cidades.


Os Direitos LGBTI na Europa, incluindo o atentado aos mesmos na Hungria, os ataques homofóbicos em França e Portugal no Rainbow Map estiveram em destaque no mais recente episódio do Podcast Dar Voz A esQrever 🎙🏳️‍🌈, oiçam:


O desporto francês ficou de sobreaviso depois de vários jogos de futebol terem sido interrompidos por causa de cânticos homofóbicos nas bancas ou pela exibição de faixas de ódio.

O Ministério do Interior, que pediu no sábado “maior vigilância por parte das autoridades públicas” e mais esforço da sociedade como um todo, registou cerca de 30 denúncias sobre insultos ou ameaças feitas na internet.

Foi aprovado na quarta-feira um projeto de lei controverso para proibir o discurso de ódio nas redes sociais. A lei obriga as plataformas e os motores de busca a remover conteúdo ofensivo – incitação ao ódio ou violência e intolerância racista ou religiosa – dentro de 24 horas ou arriscar uma multa que pode chegar aos 1,25 milhões de Euros.

Se forem vítimas ou assistirem a algum incidente/crime/abuso LGBTIfóbico devem reportá-lo no Observatório da discriminação contra pessoas LGBTI da ILGA Portugal. Anonimato garantido numa das ferramentas mais importantes contra a LGBTIfobia em Portugal.