O Presidente da Polónia, Andrzej Duda, comparou uma alegada “ideologia LGBTI” à doutrinação comunista da era soviética num discurso em plena campanha eleitoral, apenas alguns dias depois de o Presidente que tenta a reeleição apresentar um pacote de medidas “pró-família”, que inclui compromissos como impedir o casamento igualitário, a adoção de crianças por parte de casais do mesmo sexo e a educação de entidades LGBTI nas escolas.
O Presidente argumentou que a geração dos seus pais não lutou “durante 40 anos para expulsar a ideologia comunista das escolas” para que agora se aceite a “vinda de outra ideologia, ainda mais destrutiva para o ser humano”.
“Estão a tentar convencer-nos de que são pessoas, mas isso é uma ideologia”, disse Duda, aplaudido ao som de “Andrzej Duda!” numa conferência lotada.
A questão tem sido um tema recorrente durante a campanha eleitoral, na primeira vez que existe um candidato abertamente gay, Robert Biedron, o líder do partido de esquerda “Primavera”. Biedron, ex-presidente da Câmara de Slupsk, e atualmente membro do Parlamento Europeu, condenou as declarações de Duda no Twitter, responsabilizando-o pelo assédio sofrido pelas pessoas LGBTI no país e pediu para que “acabe com o ódio“. “As pessoas LGBTI constituem um teste para a situação da democracia na Polónia. Na realidade, não se trata das pessoas LGBTI, mas sim de dividir a sociedade“, referindo-se ao discurso do PiS.
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O principal adversário de Duda, o liberal Rafal Trzaskowski, do partido Plataforma Cívica, também se posicionou a favor dos direitos LGBTI e apoiam a celebração da Marcha do Orgulho LGBTI, em Varsóvia, quando foi autarca dessa cidade.
Nos últimos anos, a retórica do Partido da Justiça e Desenvolvimento e da Igreja Católica contra o que consideram ser uma “ideologia” contrária aos valores tradicionais aumentou de tom, tendo havido atos violentos contra as Marchas do Orgulho LGBTI e vários municípios polacos declararam-se “zonas livres de LGBTI“. Esta é uma realidade que tem afectado a população LGBTI polaca, que tem medo de dar as mãos e que tem denunciado que viver naquele país tem sido como “regressar à Idade Média“, denunciando também um aumento de casos de suicídio entre jovens LGBTI.
Como questionou ontem Filipe Honório:
Já foi condenado pelo Parlamento Europeu, que representa os cidadãos europeus. Já foi condenado pela Comissão Europeia, que representa a UE de forma global, executiva. O Conselho Europeu, que representa os Estados europeus, está à espera de quê para concretizar a condenação?
Linhas de Apoio e de Prevenção do Suicídio em Portugal
Linha LGBT
De Quinta a Sábado, das 20h às 23h
218 873 922
969 239 229
SOS Voz Amiga
(entre as 16 e as 24h00)
213 544 545
912 802 669
963 524 660
Telefone da Amizade
228 323 535
Escutar – Voz de Apoio – Gaia
225 506 070
SOS Estudante
(20h00 à 1h00)
969 554 545
Vozes Amigas de Esperança
(20h00 às 23h00)
222 080 707
Centro Internet Segura
800 219 090
Quebrar o Silêncio (apoio para homens e rapazes vítimas de abusos sexuais)
Linha de apoio: 910 846 589
Email: apoio@quebrarosilencio.pt
Associação de Mulheres Contra a Violência – AMCV
Linha de apoio: 213 802 165
Email: ca@amcv.org.pt
Emancipação, Igualdade e Recuperação – EIR UMAR
Linha de apoio: 914 736 078
Email: eir.centro@gmail.com
Fonte: Lusa.
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