Lilly Wachowski: fico feliz que o filme seja reconhecido como metáfora trans

Lilly Wachowski, co-diretora da saga Matrix com sua irmã, Lana, confirmou que os filmes devem ser lidos como alegorias para a narrativa trans. Após o lançamento dos filmes, ambas as irmãs revelaram-se trans – Lana em 2012 e Lilly em 2016 – e alguns fãs identificaram pistas para essa experiência nos filmes.

Fico feliz por saber, pois era essa a intenção original“, afirmou Lilly. “Mas o mundo corporativo não estava pronto para isso.”

Adoro como estes filmes são importantes para pessoas trans”, continuou, afirmando que pessoas continuam a abordá-la e a dizer-lhe que os filmes salvaram a sua vida.

As teorias sobre o filme giram em torno da ideia de que o desconforto que Neo, protagonizado por Keanu Reeves, sente representa um tipo de disforia de género. Portanto, o comprimido vermelho que toma para ver a realidade como ela é pode ser vista como um comprimido hormonal.

Wachowski expressou algum ceticismo sobre a sua forma consciente dessa influência na escrita do guião: “Não sei o quão presente estava minha mente trans no meu cérebro quando escrevíamos“, mas admite que as identidades dela e da sua irmã permitiram que ambas adotassem uma mistura de géneros e uma ânsia de explorar “o impossível tornado possível.

Acho que nos libertou como cineastas porque fomos capazes de imaginar coisas que naquela época não víamos no grande ecrã.

O quarto filme da saga Matrix está em plenas filmagens na Europa, com a presença de Reeves, Carrie-Anne Moss e Jada Pinkett Smith. Depois de uma paragem devido à pandemia da COVID-19, a estreia está planeada para abril de 2022.

Fonte: The Guardian.