Bolu Okupe, filho de político nigeriano homofóbico, assume-se “gay AF”

Bolu Okupe, filho de um ex-conselheiro presidencial nigeriano, Doyin Okupe, respondeu duramente contra insultos que à sua saída do armário. O jovem Okupe partilhou no Instagram o seu Orgulho com uns calções de banho coloridos e a segurar uma bandeira arco-íris. “Sim, sou Gay AF“, escreveu.

Bolu, a viver em Paris há vários meses, enfrentou comentários homofóbicos de que estaria “morto” se viesse para outras partes da África e outros acusando-o de ser “contra o nosso Deus”. Bolu, que se formou na Universidade de Manchester no Reino Unido, respondeu impiedosamente a críticas e insultos:

Toda essa mentalidade é trágica,” escreveu. “Sinto pena quando a sua religião o transformou num imbecil psicótico que acha não haver problema em matar pessoas.

Noutro comentário que sugeriu que Bolu não voltasse à Nigéria e ficassem em França, respondeu que era uma “estupidez“, questionando “quem acha que levou para África o cristianismo?” Depois de notar que grande parte da Europa evoluiu nos últimos 300 anos, Bolu apontou que algumas pessoas “ainda estão presas no século XVIII” e que devem saber que “a mesma religião que estimam tão profundamente justificou a escravidão delas mesmas no passado.” Antes de fechar os comentários no seu perfil, Bolu sugeriu por fim que se educassem.

Já o seu pai reagiu publicamente e escreveu que estava “ciente dessa sua nova orientação há algum tempo.” E recordou que, “como cristão e testemunha de Cristo (evangélico)”, opõe-se “veementemente à homossexualidade, pois esta é contrária aos preceitos declarados da fé cristã.

Doyin foi assessor de comunicação e relações públicas de dois presidentes nigerianos, incluindo o ex-presidente Goodluck Jonathan, que assinou o projeto de lei anti-LGBT de 2014. Atualmente na Nigéria, pessoas não heterossexuais enfrentam pena de até 14 anos de prisão pela aplicação da lei militante do país e pena de morte em estados ou territórios que reconhecem a lei da Sharia no país. Leis que criminalizam pessoas LGBTQ estão em vigor desde 1990, e a lei que proibiu o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi aprovada em 2013 e assinada em 2014. A lei de 2014 também legalizou chicotadas e prisão como uma sentença para mulheres envolvidas em casamentos entre pessoas do mesmo sexo e a pena de morte para homens. Mencionar direitos ou comunidades LGBTQ pode igualmente resultar em punição.

Bolu explicou que “não é novidade” para ele ser “odiado por ser quem é”. Ainda assim e ao contrário dos comentários de ódio que recebeu, prometeu que “nunca desrespeitaria nenhum membro da sua família publicamente”.

Fontes: Out e LGBTQnation.

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