Tchetchénia: Dois homens gay fugitivos enviados de volta pela polícia russa

Manifestação contra a perseguição tchetchena (2017)

Dois homens gay tchetchenos que fugiram para a Rússia depois de alegarem ter sido torturados foram devolvidos à Tchetchénia e estão em “perigo de vida”, segundo grupo de defesa dos direitos humanos.

As primeiras denúncias sobre a perseguição, encarceramento e morte de homens gay na Tchetchénia remontam a 2017 aquando do desaparecimento de dois jornalistas na região. Ramzan Kadyrov, líder do país, classificou a notícia como sendo “uma mentira absoluta e uma desinformação”, justificando que “não é possível prender ou repreender pessoas que simplesmente não existem.

As manifestações, incluindo realizadas em Portugal, contra a existência destas detenções surgiram um pouco por todo o mundo como forma de dar visibilidade a um assunto que era contestado, nomeadamente a existência de “campos de concentração” para aquelas pessoas detidas.

Um conjunto de reportagens acabou por confirmar os apelos dos grupos humanitários que tentam ao longo destes anos salvar estas pessoas da perseguição na Tchetchénia retirando-as da região.

É neste processo de salvamento que Salekh Magamadov e Ismail Isayev foram detidos e devolvidos pela polícia russa ao seu país de origem. O grupo pelos direitos LGBT na região que os acompanhou disse ter ajudado os homens a escapar para a Rússia no ano passado para evitarem a prisão pela polícia tchetchena por administrarem um canal de oposição ao governo no Telegram. Os dois homens disseram que foram torturados e forçados a gravar um vídeo de desculpas.

A Rede LGBT Russa diz que os dois homens foram presos na semana passada pela polícia russa no seu apartamento em Nizhny Novgorod, a 450 km de Moscovo. Não foi clarificada a razão da sua detenção. Mais tarde foram devolvidos à força às autoridades na Tchetchénia.

Estão cansados e assustados“, disse um porta-voz do grupo, Tim Bestsvet. Sob a custódia das autoridades tchetchenas, e dado todo o historial dos últimos cinco anos, os homens estão em “perigo de vida“.

Fonte: BBC.

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