22ª Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa cancelada após parecer negativo da DGS

A Comissão Organizadora da Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa (CO) decidiu cancelar aquela que seria a 22ª edição da manifestação após receber, segundo comunicado, um parecer tardio da Direção-Geral da Saúde desfavorável à realização da mesma.

A CO diz ter contactado todas as entidades competentes – Câmara Municipal de Lisboa, Polícia de Segurança Pública e Direção-Geral da Saúde – informando-as da intenção de manifestação e de todas as medidas excecionais que previa tomar para mitigar os perigos de propagação do vírus SARS-CoV-2.

Em comunicado, a CO considera que, apesar das tentativas de contacto continuadas ao longo de dois meses, no sentido de preparar este evento com as melhores condições, recomendações e segurança possíveis, apenas na véspera da marcha a Direção- Geral da Saúde remeteu à CO um parecer desfavorável. Este atraso na emissão do parecer técnico impossibilitou a CO da implementação de medidas de segurança adicionais ou modelos alternativos de marcha, além de não permitir uma desconvocação responsável da mesma. 

Este parecer foi um fator decisivo para a mudança de posição desta CO, que deliberou pela não realização da Marcha do Orgulho planeada este sábado, dia 19 de junho, contrariamente ao comunicado no dia 17 de junho.

A Comissão Organizadora da Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa, tal como em 2020, remata que “continuará a lutar pela defesa dos direitos da comunidade.”

Várias associações tinham anunciado previamente que não iriam marchar este sábado. A AMPLOS, pertencente à CO, num comunicado à parte, referiu-se solidária “com a população do país, e em particular com a da área metropolitana de Lisboa” sujeita a uma maior restrição à sua liberdade neste período de combate à pandemia.

Já a Casa Qui, Associação de Solidariedade Social, considerou igualmente que, devido à pandemia Covid-19, “a associação e a sua equipa técnica não devem estar presentes na Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa”. Esta é uma decisão que, dadas as restrições impostas e ainda que possibilitando a ocorrência da marcha, “deixam à consciência e ao critério de cada pessoa e de cada entidade coletiva uma tomada de decisão sobre a sua participação.”

Também a IPA – Associação para a Promoção da Igualdade, sediada em Torres Vedras, lamentou não poder participar naquela que seria a sua primeira presença na Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa devido à decisão do Concelho de Ministros referente à Área Metropolitana de Lisboa. A IPA disse entender “o momento conturbado e imprevisível que vivemos e a pandemia que combatemos, mas não deixaremos de continuar a lutar por mais Igualdade e a celebrar o Orgulho que marca este mês.”

Após o anúncio do cancelamento, a Queer Tropical, Associação de Apoio à Comunidade LGBTQI+ Brasileira em Portugal e pertencente à CO, relembrou como o Brasil, de onde vêm muitas das pessoas que constituem a Associação, “atingiu a marca de 498.499 mortes e 17.801.462 de casos de Covid-19 até o dia de hoje, nas últimas 24 horas foram 2.495 mortes”. Confessa que perderam “pessoas que amamos, pessoas amigas” e que o Brasil continua “assolado por este vírus. Portanto”, conclui, “sabemos e sentimos a gravidade do descumprimento de normas sanitárias.”

A ILGA Portugal, também pertencente à CO, reagiu igualmente após a publicação da CO ao reconhecer validade no parecer da DGS, instituição pela promoção da saúde, algo que, diz, “valorizamos e sempre exigimos.” A Associação reforça no comunicado “a sua posição de responsabilidade pública face ao contexto de pandemia e às pessoas que representa.” Perante a não realização desta edição da manifestação, a ILGA Portugal promete continuar “a marchar diariamente no caminho da luta pelos Direitos LGBTI+, e a apoiar as dezenas de pessoas que todos os dias recorrem aos nossos serviços, reforçando o sentido de comunidade que tanto precisamos e que tanto temos vindo a construir.”


O CENTÉSIMO OCTAGÉSIMO QUINTO episódio do Podcast Dar Voz A esQrever 🎙️🏳️‍🌈 é apresentado por nós, Pedro Carreira e Nuno Miguel Gonçalves. Estamos uma semana atrasados mas não vamos colocar a culpa em ninguém senão o Nuno. Ainda ressacados da visita da Madonna, falamos… purum, de religião. Começamos pelas tentativas da Embaixada de Israel em Portugal de recrutar aliados na comunidade LGBTI e falamos nos novos desenvolvimentos na Igreja Católica e caminho (tortuoso) de aceitação de pessoas trans. No meio falamos de terapias de conversão, da Jamie Lee Curtis, mommy issues e ainda temos tempo de Dar Voz A… Baldur's Gate 3, o jogo do ano (?) para consolas e PC. Artigos mencionados no episódio: rede ex aequo denuncia tentativa de instrumentalização da comunidade LGBTI por parte de Israel Papa Francisco confirma que pessoas trans podem ser batizadas e ser padrinhos ou madrinhas, mas desde que “não haja risco de gerar escândalo público ou desorientar fiéis” Sobreviventes de ‘terapias de conversão’ falam sobre as suas experiências em novo documentário: “quase destruiu a minha vida” Jamie Lee Curtis critica a homofobia e a transfobia ’em nome da religião’ Jingle por Hélder Baptista 🎧 Este Podcast faz parte do movimento #LGBTPodcasters 🏳️‍🌈 Para participarem e enviar perguntas que queiram ver respondidas no podcast contactem-nos via Twitter e Instagram (@esqrever) e para o e-mail geral@esqrever.com. E nudes já agora, prometemos responder a essas com prioridade máxima. Podem deixar-nos mensagens de voz utilizando o seguinte link, aproveitem para nos fazer questões, contar-nos experiências e histórias de embalar: https://anchor.fm/esqrever/message 🗣 – Até já unicórnios  — Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/esqrever/message
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