
“A bomba não pergunta qual é a nossa identidade, a bomba simplesmente cai“, explicou Lenny Ensom, diretor da Kiyv Pride.
Lenny não consegue dormir desde que a invasão da Ucrânia por parte da Rússia começou, já que o som dos bombardeamentos nunca está longe. Ainda esta semana, um prédio no seu distrito foi atingido.
“É como a roleta russa, nunca sabemos onde a bomba vai parar.”
Como diretor do Kyiv Pride, ele dedicou grande parte da sua vida a lutar pelos direitos da comunidade LGBT+ da Ucrânia. Nas últimas semanas, o foco do seu trabalho mudou drasticamente e, de repente, luta para a comunidade conseguir obter alimentos e refúgio à medida que a guerra avança.
Neste momento, as muitas pessoas LGBTI que permanecem na Ucrânia estão apenas em modo de sobrevivência, mas a discriminação e as desigualdades persistem – houve relatos generalizados de racismo contra pessoas que estavam a tentar fugir do país e de pessoas trans (nomeadamente mulheres) não poderem deixar a Ucrânia ou passar por postos de controlo devido à sua documentação legal.
A segurança é primordial, explicou Lenny e há atores de extrema-direita na Ucrânia que ainda estão a visar a comunidade LGBTI+, mesmo em tempos de guerra: “Estão a atacar pessoas LGBTI+ durante a guerra e durante a invasão, e isso é absolutamente nojento“, disse. “Não estamos apenas a lutar contra Putin, estamos a lutar também contra as forças homofóbicas internas.”

O Kyiv Pride tem trabalhado intensamente nas últimas semanas para ajudar a população ucraniana: criou um grupo de conversa seguro para pessoas LGBTI, criou uma lista de lugares seguros onde as pessoas podem ficar no exterior e está a circular um formulário fácil de preencher para que se saiba quem precisa de ajuda.
A organização fez uma parceria com a Gay Alliance Ukraine para apoiar pessoas LGBTI+ que foram evacuadas das áreas vizinhas para que possam aceder a abrigos de emergência. Também está a ajudar a comunidade LGBTI+ local com acesso a apoio psicológico que funciona 24 horas por dia para garantir que as pessoas LGBTI+ permaneçam à tona.
Muitas pessoas colegas e amigas de Lenny optaram por permanecer na Ucrânia e algumas delas juntaram-se inclusive às unidades de defesa militar e territorial.
“Aprecio que façam isso“, disse. “O nosso país precisa de nós agora e venceremos se ficarmos aqui e lutarmos contra a agressão russa. Se fugirmos da guerra, nada vai parar a invasão russa.”

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