Tiroteio em Oslo junto a bar queer cancela eventos do Orgulho. Polícia tem razões para crer em crime de ódio

Jovens diante do local do tiroteio em Oslo, Noruega.

Na madrugada deste sábado, duas pessoas foram mortas e 21 ficaram feridas em três tiroteios consecutivos em Oslo, na Noruega, inclusive num bar queer, o London Pub. Todos os eventos do Orgulho que iriam realizar-se hoje foram cancelados.

Autoridades da capital da Noruega disseram que um cidadão norueguês de 42 anos, anteriormente conhecido pela polícia, havia sido preso poucos minutos após os tiroteios e acreditava-se ser o único perpetrador.

O homem foi “suspeito de assassinato, tentativa de assassinato e atos terroristas”, disse Christian Hatlo, da investigação policial. “Há razões para pensar que isso diz respeito a um crime de ódio. Essa é uma das hipóteses.”

A polícia disse a investigar “se o Orgulho era um alvo em si mesmo, ou se havia outros motivos”. O ataque também estava a ser investigado como “um possível ato de terrorismo”, disse porta-voz da polícia.

Marcha do Orgulho LGBTI+ de Oslo cancelada

O London Pub, no movimentado bairro sudeste de Sentrum, tem sido um espaço importante da cena noturna gay de Oslo desde que foi inaugurado na década de 1970.

O tiroteio aconteceu apenas algumas horas antes – e a 350 metros de distância – da anual Marcha do Orgulho LGBTI+ de Oslo que estava programada para acontecer no Pride Park em Spikersuppa. Mas o momento e a localização do tiroteio levantaram levantaram de imediato suspeitas de que fosse um ataque direcionado contra a comunidade LGBTI+, levando a organização do Orgulho de Oslo, e por sugestão da polícia, a cancelar o desfile e outros eventos relacionados com o Pride que duraria 10 dias.

A Noruega é um país que tem liderado a consciencialização e a visibilidade das suas pessoas LGBTI+, ainda em dezembro passado os serviços postais noruegueses reinventaram a clássica história do Pai Natal, por exemplo. O país alcançou também a quarta posição no Rainbow Map 2022 promovido pela ILGA Europe.

“Os nossos pensamentos vão agora para as famílias das pessoas assassinadas e feridas. Em breve estaremos orgulhosas e visíveis novamente, mas hoje celebraremos o Orgulho em nossas casas”, disse Inger Kristin Haugsevje, líder do Orgulho de Oslo.

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