Jessica Wade fez mais de 1.000 biografias na Wikipedia para mulheres cientistas desconhecidas

Jessica Wade, uma física de 33 anos, começou a escrever biografias na Wikipedia sobre mulheres e cientistas pertencentes a minorias que nunca receberam o reconhecimento merecido.

Jessica Wade foi convidada ao Palácio de Buckingham para receber a Medalha do Império Britânico e destacou-se por ser uma jovem homenageada pelas suas contribuições à ciência. E era precisamente por tentar mudar a falta de reconhecimento do trabalho de mulheres nas ciências que ela foi homenageada.

A física de 33 anos nascida em Londres tornou-se num fenómeno com a sua campanha muito pessoal para trazer mais raparigas a estudar e trabalhar nas STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática). .

Wade escreveu mais de 1.600 entradas na Wikipédia para mulheres cientistas há muito ignoradas. À medida que as suas entradas na Wikipédia chegaram às dezenas e depois às centenas, ela promoveu a importância da igualdade de género na ciência. Mas não sem resistência, tendo recebido críticas pelas suas entradas na Wikipédia serem demasiado obscuras.

É importante [ter equipas diversas] porque estamos a projetar novas tecnologias ou novas soluções científicas para problemas globais, queremos que as equipas que as criam reflitam as sociedades que estão a servir.”

Jessica Wade

Um exemplo foi Clarice Phelps . Jessica Wade ouviu falar da jovem química nuclear afro-americana e escreveu uma biografia na Wikipedia descrevendo o seu trabalho numa equipa que descobriu um novo elemento da tabela periódica no Laboratório Nacional de Oak Ridge.

A página de Phelps foi incluída e depois excluída por wikimedians (pessoas moderadoras das páginas). No final, depois de Wade defender a inclusão de Phelps, a sua proposta venceu e a entrada da química entrou definitivamente para a Wikipedia.

As mulheres representam apenas 28% da força de trabalho dos EUA nas STEM, de acordo com a Associação Americana de Mulheres Universitárias

Minorias LGBTI+ ainda não são devidamente reconhecidas nas STEM

Tal como defende a iniciativa portuguesa SciDoArmário, a afirmação da identidade é fulcral quando se procura promover um ambiente mais seguro e tranquilo para membros da comunidade LGBTIQ dentro da academia e da investigação científica, nomeadamente nas áreas STEM.

Considerando que as pessoas LGBTI+ são menos propensas a trabalhar em STEM devido à discriminação, assédio e exclusão social que encontram, Carolyn Bertozzi e Svante Pääbo, prémios Nobel em 2022, são dois excelentes exemplos numa comunidade ainda invisível no mundo das áreas cientificas.

Enquanto isso, a própria entrada de Jessica Wade na Wikipedia – escrita por outras pessoas – cresceu para 10 páginas publicadas e espelhando o exemplo que ela é para a promoção de cientistas, mulheres e pertencentes a minorias, têm nas STEM.

Acredito genuinamente que a ciência é melhor quando feita por equipas diversas”, disse Wade.

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