Dia da Memória Trans: 327 mortes no último ano em todo o mundo, mas a maioria não é relatada

Dia da Memória Trans: 327 mortes no último ano em todo o mundo, mas a maioria não é relatada

A 20 de novembro assinala-se o Dia da Memória Trans e assim são recordadas em todo o mundo as vítimas de crimes de ódio e transfobia.

Diz a ILGA Europe que nos últimos doze meses houve 327 assassinatos relatados de pessoas trans e de género diverso em todo o mundo por violência de teor transfóbico. No entanto, embora a TGEU, uma associação europeia pelos direitos das pessoas Trans, esteja a monitorizar informações desde 2008, a maioria dos assassinatos trans ainda não é relatado.

É também divulgado que, pela primeira vez, tanto a Estónia e como a Suíça relataram assassinatos. A TGEU relembra Sabrina Houston e Cristina Blackstar, migrantes, negras e trans que foram esfaqueadas até a morte nas suas próprias casas no início deste ano. Sabrina, vinda da Jamaica, foi assassinada em Talin, na Estónia, e Cristina, de origem brasileira, em Lausanne, na Suíça.

Nos Estados Unidos da América, os assassinatos de pessoas trans quase dobraram nos últimos quatro anos, com as mulheres trans negras a ser o grupo em maior risco, segundo a The 519. Legislações transfóbicas estão a ser implementadas em diversos estados, colocando em risco os direitos e a segurança de jovens trans e de género diverso nos EUA.

Alguns dados neste Dia da Memória Trans

  • 96% das vítimas relatadas eram mulheres trans;
  • 65% eram racializadas;
  • 36% eram migrantes;
  • França, Geórgia, Alemanha, Itália, Holanda, Suécia, Turquia e Reino Unido também relataram vítimas. No total, 14 vítimas foram relatadas na região, assim como no ano passado;
  • Com 222 casos, a América Latina e das Caraíbas continuam a ser a região que relata a maioria dos assassinatos de pessoas trans;
  • Nenhuma vítima foi registada na Ásia Central;
  • Metade das pessoas trans assassinadas, cuja ocupação é conhecida, era profissional do sexo;
  • 35% dos assassinatos ocorreram na rua;
  • 27% na sua própria residência;
  • A maioria das vítimas tinha entre 31 e 40 anos de idade.

Segundo a Associação, os dados continuam a indicar uma tendência global preocupante quando se trata das interseções de misoginia, racismo, xenofobia e ódio contra profissionais do sexo. De acordo com a TGEU, esses números são apenas um pequeno vislumbre da realidade no terreno. A maioria dos casos continua sem ser relatado e, quando é, recebe muito pouca atenção. “O Trans Murder Monitoring existe não apenas para destacar os horríveis assassinatos de pessoas trans em todo o mundo”, diz Lukas Berredo, da TGEU, “mas também para mostrar a necessidade de garantir que as vozes das pessoas mais marginalizadas nas nossas comunidades sejam ouvidas e amplificadas.”


Linhas de Apoio e de Prevenção do Suicídio em Portugal

Linha LGBT
De Quinta a Sábado, das 20h às 23h
218 873 922
969 239 229

SOS Voz Amiga
(entre as 16 e as 24h00)
213 544 545
912 802 669
963 524 660

Telefone da Amizade
228 323 535

Escutar – Voz de Apoio – Gaia
225 506 070

SOS Estudante
(20h00 à 1h00)
969 554 545

Vozes Amigas de Esperança
(20h00 às 23h00)
222 080 707

Centro Internet Segura
800 219 090

Quebrar o Silêncio (apoio para homens e rapazes vítimas de abusos sexuais)

Linha de apoio: 910 846 589 
Email: apoio@quebrarosilencio.pt

Associação de Mulheres Contra a Violência – AMCV

Linha de apoio: 213 802 165 
Email: ca@amcv.org.pt

Emancipação, Igualdade e Recuperação – EIR UMAR

Linha de apoio: 914 736 078 
Email: eir.centro@gmail.com